terça-feira, 28 de outubro de 2008

No meio da crise, exemplos de como sustentabilidade pode significar oportunidade


Será que o colapso financeiro é motivo para deixar o meio ambiente mais uma vez de lado e fazer com que o Homo sapiens não perceba que ao destruir a natureza está destruindo a si mesmo?

Lideranças políticas continuam mostrando que a luta ambiental não pode ser prejudicada por causa da crise financeira. O direcionamento de recursos contra as mudanças climáticas e contra a degradação ambiental não vai desacelerar a economia. Pelo contrário: muitas oportunidades podem surgir para o mercado de produtos sustentáveis e para quem investe em energia limpa. Uma reportagem do site O Eco mostra a opinião do governo alemão:

Na contramão do mercado, a crise financeira torna os investimentos em eficiência energética ainda mais atraentes, segundo o Ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel. Ele destaca a atual crise financeira como uma grande oportunidade de investimentos no combate às mudanças climáticas, principalmente em tecnologias de eficiência energética. Gabriel afirma que o mercado de tecnologias, energia e matérias-primas será nos próximos anos um grande nicho internacional e relembra que, quando se trata de mudança do clima, o custo da prevenção é significativamente menor que o custo de remediação dos seus impactos. (...)

Do outro lado, alguns países da União Européia, como a Itália, República Checa e Polônia, têm criticado essas metas, alegando que o pacote europeu de combate às mudanças climáticas é muito rigoroso, podendo até arruinar as suas economias. Ameaçam que assim poderão ser forçados a deixar o bloco.

Será que esses países terão mesmo as suas economias comprometidas a ponto de deixar a União? Ou estão só fazendo ameaças? Como se já não bastasse a preocupação com a crise financeira e com a adaptação à mudança do clima, os países envolvidos nessas discussões acabarão gastando ainda mais energia (em todos os sentidos) para defender seus interesses financeiros e políticos. Pelo visto acabará sobrando para o clima mesmo, que com certeza vai reagir sem piedade à falta de atenção.


Ao mesmo tempo, ao economizar recursos naturais, reduzindo o consumo e procurando alternativas ecologicamente mais eficientes, a sociedade por conseqüência poupa dinheiro e pode investí-lo na aquisição de bens e serviços. Isso acontece na Califórnia, como resultado de trinta anos de uma legislação que promove a economia de energia. Este caso também é revelado em outra reportagem d'O Eco:

Trinta anos de sérios apertos no consumo de eletricidade pelo estado da Califórnia criaram, desde 1978, um milhão e meio de empregos extras. Parece mágica. Ou, pelo menos, bom demais para ser verdade. Mas é pura lógica de mercado, diz o professor David Roland-Host, de um centro de estudos sobre energia e uso sustentável de recursos naturais na universidade de Berkeley.

Em plena crise das hipotecas, eis que surge esta semana um economista disposto a provar que o tal do mercado funciona mesmo. No caso, empurrado pela legislação estadual, que forçou os consumidores californianos a gastar menos com suas contas de luz. As sobras, eles naturalmente passaram a botar em outras coisas. (...)

Não por acaso, o relatório de Roland-Host se chama “Eficiência energética, inovação e empregos”. Trocado em miúdos pelo autor, ele está aí para anunciar que “a eficiência energética de fato estimula a economia”. De quebra, tem dividendos ambientais.

Ilustração: barunpatro/stock.xchng

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Paulistanos deixam de comprar produtos "verdes" se custarem mais caro


Da Folha Online via AmbienteBrasil:

Pesquisa realizada pelo Instituto Quorum Brasil mostra que 70% dos consumidores paulistanos desistem de comprar produtos com certificação ecológica, se os itens similares sem certificação custarem mais barato. A informação é da coluna Mônica Bergamo, publicada na Folha de São Paulo desta quarta-feira (22).

O estudo aponta ainda que 47% dos paulistanos não deixam de adquirir um produto mesmo sabendo que ele é prejudicial à natureza.

Isso apesar de 59% afirmarem que produtos com apelo ecológico influenciam sua decisão de compra e 74% deles se considerarem preocupados com a questão do ambiente.

Reportagem publicada em julho pela Folha mostrou que o excesso de informações sobre ecologia ainda confunde grande parte da população.

O problema é que, como se fala tanto em sustentabilidade e aquecimento global, a quantidade de informações, muitas vezes contraditórias, confunde e cansa até o mais bem intencionado ecologicamente.

Um outro estudo, realizado pelo WWF (Fundo Mundial para a Natureza) e pelo Ibope, apontou que a população ainda não tem uma ação ecológica relativamente simples: 67% dos brasileiros entrevistados não separam o lixo reciclável e somente 5% encaminham o lixo orgânico para a transformação em adubo.
Foto: LeWy2005/stock.xchng

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Blog, ferramenta para o professor

Blogs não são apenas espaços de entretenimento (o próprio Blog do Jogo Limpo é um exemplo disto). Eles também podem servir como aliados muito úteis para professores e alunos no processo de ensino e aprendizado. Os estudantes, em suas pesquisas na internet para trabalhos escolares, muitas vezes recorrem a estes sites para aprimorar o conhecimento. Já o professor pode aproveitar fatores como praticidade e facilidade de acesso para apresentar novas informações em uma estrutura inovadora e atraente, complementando o trabalho em sala de aula.

É o que revela uma reportagem da Agência Estado via Yahoo! Notícias:

Acessar diariamente o blog da professora de língua portuguesa Roberta Ramos para fazer exercícios gramaticais já virou rotina para os alunos de 6ª série do Colégio São Luis, no bairro Cerqueira César, em São Paulo. Até o ano passado, eles não tinham tanto interesse em aprimorar a ortografia. A mudança foi motivada por uma estratégia simples da educadora: lançar desafios gramaticais no blog sem avisar a data. (...)

Para a surpresa de Roberta, que dá aulas há 22 anos e começou a usar o blog no ano passado, alunos que não se interessavam pela matéria se tornaram freqüentadores assíduos.
Foto: yirsh/stock.xchng

sábado, 18 de outubro de 2008

Enquanto isso, na Europa...


Na França: Paris acaba de ser dominada por 1.600 pandas. Em uma ação organizada pelo WWF para alertar as pessoas sobre a destruição do meio ambiente, 1.600 pandas feitos de papel machê foram expostos em frente à Torre Eiffel. O número é igual à atual população mundial de pandas.*

No Reino Unido: o Governo de Londres pode se tornar um exemplo para o mundo, no que diz respeito ao compromisso com o meio ambiente. Em resposta às declarações da Itália e da Polônia de que a luta contra o aquecimento global poderia ser interrompida devido à crise econômica mundial, o ministro britânico da Energia e Mudança Climática, Ed Miliband, anunciou nova meta de corte de emissão de gases do efeito estufa. A meta agora é de 80%, mais ambiciosa que a meta anterior, de 60%.

O político trabalhista [Miliband] explicou, ao mesmo tempo, aos deputados que o agravamento das condições econômicas não podem ser desculpa para voltar atrás no compromisso de combater a mudança climática. (...)

O ministro reconheceu que as últimas pesquisas científicas independentes indicam que a ameaça da mudança climática é maior do que se pensava antes.

Ao mesmo tempo, o político britânico insistiu em que os compromissos de redução dos gases do efeito estufa não devem vir só de Londres, mas do resto da Europa.**
As informações são do G1 e do WWF (*) e do Estadão Online via Ambiente Brasil (**). Foto: WWF.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Crise pode afetar luta contra o aquecimento global


A crise financeira internacional pode ameaçar as negociações entre os governos da União Européia para conter as mudanças climáticas. O governo italiano ameaçou vetar o plano de ação europeu contra o aquecimento global, devido à turbulência na economia.

Já o primeiro-ministro britânico Gordon Brown disse que "não é o momento de abandonar a agenda contra a mudança climática, que é importante para o futuro", pois ela "é parte da solução para muitos dos problemas que enfrentamos como economia mundial".

Em cúpula do Conselho Europeu encerrada hoje (16), Nicolas Sarkozy, presidente da França, frisou que "não podemos dar marcha à ré no objetivo 20-20-20", pois "a crise não pode frear nossa ambição", referindo-se à meta de reduzir as emissões de CO2 em 20%, fazer com que 20% da energia final consumida seja renovável e diminuir em 20% o consumo energético, tudo isso para o ano de 2020.

Felizmente, os países ricos ainda sinalizam que vão cumprir com o compromisso de ajudar os fundos climáticos. Foi o que garantiu Kathy Sierra, vice-presidente do Banco Mundial para o desenvolvimento sustentável, de acordo com a reportagem do Estadão Online via AmbienteBrasil:

No domingo (12), o presidente do Banco Mundial, Roberto Zoellick, dissera que "uma das lições da crise de hoje é que é preciso estar à frente das coisas, então não há dúvida de que a mudança climática é um problema hoje e será um problema amanhã."

Sierra disse que ainda não se sabe se a ajuda financeira continuará sendo despejada no setor privado, e que isso pode vir a ser um desafio.

Entretanto, segundo ela, uma conseqüência da atual crise financeira poderia ser um aumento da demanda pelo desenvolvimento sustentável, como forma de reduzir custos.

"Suspeito que haverá ainda mais demanda, porque muitas das soluções para a economia real vão surgir na busca por oportunidades para reduzir custos e ser mais eficiente. Então a eficiência energética, por exemplo, será ainda mais importante daqui para frente", disse ela.
Saiba mais: O que a crise econômica tem a ver com meio ambiente?

(Com informações do Yahoo! via AmbienteBrasil [1, 2] e do G1. Foto: still_thinking/Flickr)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Meio ambiente" em foco nos vestibulares e concursos


O Globo Onine mostra que o tema "meio ambiente" está cada vez mais freqüente em vestibulares e concursos, tanto nas redações quanto nas questões objetivas de diversas disciplinas. A reportagem cita como exemplo o último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), no qual o assunto, especialmente em relação à Amazônia, foi bastante explorado:

Para o professor de geografia do Colégio Aplicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Cap-Uerj) Fábio Tadeu, a interdisciplinaridade é um motivo pelo qual o tema [meio ambiente] está presente em vários concursos.

- Esse ano não deve ser diferente, o assunto meio ambiente deve ser questionado em vários exames de vestibular. Um exemplo é a avaliação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que tem como hábito colocar em cerca de 60% de suas questões a interação do homem com o espaço físico - afirma.

Segundo Fábio Tadeu, o tema é vasto e pode ser abordado em várias disciplinas, como química, física, biologia, história e inglês.

- Existe ainda a possibilidade de o assunto ser incluído também em matemática através da utilização de dados estatísticos de pesquisas, que podem ser abordados em cálculos matemáticos - diz. (...)

Alguns cursinhos pré-vestibulares realizam aulões interdisciplinares focando a temática do meio ambiente.

- Na biologia procuramos abordar o problema natural causado pelo desmatamento e a geografia relaciona o assunto a economia, a política e etc - explica o professor de geografia do Colégio e curso PH Cláudio Ribeiro Falcão, afirmando que meio ambiente é constantemente lembrado em vários concursos.
Leia a reportagem completa.

Foto: Squarethecircle/Flickr

sábado, 11 de outubro de 2008

O que a crise econômica tem a ver com meio ambiente?


A crise nos sistemas imobiliário e financeiro dos Estados Unidos está colocando todo o planeta em alerta para a iminência de uma futura recessão. O risco de um colapso econômico chamou a atenção da mídia e deixou ofuscado, pelo menos nas últimas semanas, o risco de outro colapso igualmente sério - o ambiental.

Embora possa ser difícil perceber, a questão ecológica também está associada ao episódio americano. Reportagem da AFP via Yahoo! Notícias mostra a expectativa dos ambientalistas para mostrar ao mundo como o desenvolvimento sustentável é indispensável em mais este momento:

"Tenho esperança porque há exemplos que mostram que o investimento em meio ambiente é mais uma oportunidade do que um peso. Esses exemplos não existiam há dez anos", afirma Olivier Schaefer, do Conselho Europeu de Energias Renováveis, com sede em Bruxelas.

Os especialistas em meio ambiente vêem assim na crise financeira uma oportunidade de ouro.

"Precisamos de um novo pensamento econômico que reconheça que as questões econômicas e financeiras e as do clima estão estreitamente relacionadas", considera Terry Barker, diretor do Centro de Pesquisas sobre a Luta contra as Mudanças Climáticos da Universidade de Cambridge.

Em sua opinião, livrar a economia de sua dependência de petróleo e de gás é "a resposta à crise financeira, porque para obtê-lo, precisamos de um programa de investimentos maciço".

Outra notícia, do Estadão Online via AmbienteBrasil, revela que o desmatamento representa mais riscos à economia do planeta do que a crise financeira, pois a destruição do meio ambiente exige investimentos em recuperação e fornecimento de "serviços" que a natureza oferece de graça:

A economia global está perdendo mais dinheiro com o desaparecimento das florestas do que com a atual crise financeira global, segundo conclusões de um estudo encomendado pela União Européia. A pesquisa, A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (Teeb, na sigla em inglês), foi realizada por um economista do Deutsche Bank. Ele calcula que os desperdícios anuais com o desmatamento vão de US$ 2 trilhões a US$ 5 trilhões.

O número inclui o valor de vários serviços oferecidos pelas florestas, como água limpa e a absorção do dióxido de carbono. O estudo tem sido discutido durante várias sessões do Congresso Mundial de Conservação, que está sendo realizado em Barcelona. (...)

Alguns participantes do evento esperam que o novo estudo será uma nova forma de convencer legisladores a criar políticas que financiem a proteção da natureza em vez de permitir que o declínio de ecossistemas e espécies continue.
Fotos: cable89/Flickr e renatodc/stock.xchng

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Condomínio no Reino Unido é exemplo de sustentabilidade


Para construir uma casa ecológica, não é necessário fazer algo extravagante ou muito fora do comum. Por fora, empreendimentos sustentáveis podem até se parecer muito com residências tradicionais, mas algumas técnicas utilizadas na construção e manutenção podem fazer toda a diferença. É o que está provando o condomínio BedZED, ou Beddington Zero Energy Development (Empreendimento de Energia Zero), no Reino Unido.

Reportagem na revista Bons Fluidos mostra algumas características peculiares do projeto, tais como material de construção comprado localmente, uso de materiais reciclados e mão-de-obra local. As paredes foram projetadas para conservar o calor, o que é muito importante por causa do rigoroso inverno britânico. A água da chuva é reaproveitada e o seu consumo é regulado. Com todas essas medidas, o consumo de energia cai para 10% em comparação com uma casa normal e a média do uso de água é de 60 litros por dia por pessoa (no Reino Unido o gasto médio é de 150 litros).

Mesmo sem unidades livres, já existem pessoas na fila de espera. Os moradores ainda utilizam largamente a bicicleta, o trem, o carro elétrico e o "Clube do Carro", sistema de agendamento e aluguel de veículos disponível em vários pontos da cidade. Segundo o criador do BedZED, o arquiteto Bill Dunster, “não existe diferença entre esse projeto e uma casa normal. A não ser pela vontade de fazer assim”.

Leia a reportagem completa.

UPDATE: Saiba mais - confira uma reportagem sobre a busca dos prédios brasileiros pelo "selo verde".

Foto: thingermejig/Flickr

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sujeira no dia das eleições


Em todo o Brasil, vários eleitores indignados protestam contra a quantidade de santinhos que foram despejados ontem (domingo, 5) nas vias públicas. Não só os locais de votação como as calçadas de muitas casas sofreram com a sujeira. A prática, apesar de ser considerada "boca-de-urna" e estar proibida, foi amplamente desrespeitada.

As fotos mostram a situação em Uberlândia (MG, acima) e em Diadema (SP, abaixo). No Rio de Janeiro (RJ), houve recolhimento de propaganda irregular - totalizando cinco toneladas - e prisões de candidatos fazendo campanha. A distribuição dos materiais eleitorais incomodou quem não queria aceitar os folhetos. Em alguns casos, chegaram a ser arremessados contra os eleitores.

Os garis, que tiveram muito trabalho extra, reclamam do estado em que ficaram as ruas. A propaganda no dia da votação não só é um crime eleitoral como obstrui os bueiros e polui a cidade, podendo assim causar complicações.

As informações são do G1, do RJTV e do Correio de Uberlândia.
Fotos: Adreana Oliveira/Correio de Uberlândia e Rafael Luz/VC no G1.


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Mundial de 2014 já é conhecido como "Copa verde"


Do UOL Esporte:

Constantemente exaltadas em campanhas pró-turismo, as belezas naturais do Brasil também se tornaram apostas para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no país. Em evento de apresentação das 18 cidades candidatas a receber jogos da competição, nenhum argumento foi utilizado de forma tão recorrente quanto o clima e a riqueza do ecossistema.

O principal motivo para essa postura dos dirigentes é a expectativa da Fifa em transformar o Mundial do Brasil em uma bandeira de exaltação ao meio ambiente. "O termo que eles estão usando é Copa verde. E se formos pensar assim, não podemos imaginar a competição sem um representante da Amazônia", ponderou Marcelo Lima Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas.

As cidades do Centro-Oeste também revelaram preocupação específica com a valorização de suas belezas. Foi assim nas apresentações de Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT), por exemplo.

"A beleza natural nos confere um afluxo imenso de turistas, e faz do Mato Grosso do Sul uma região extremamente propícia para a valorização da ecologia. Temos um potencial incrível, e evidentemente isso vai ser considerado", disse André Puccinelli (PMDB), governador, depois da apresentação de Campo Grande.