terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Especial: Retrospectiva Verde 2009


Um novo ano se inicia e, com ele, uma oportunidade de refletir, relembrando alguns fatos – não com nostalgia ou tristeza, mas para que eles nos ajudem a repensar nossas ações. Isso também vale quando o assunto é meio ambiente. Alguns episódios que aconteceram em 2009 foram desanimadores, outros renovaram nossas esperanças, porém o mais importante é que todos nos mostraram que líderes políticos, ativistas, cientistas e pessoas como eu e você continuam trabalhando pelo nosso planeta – e os resultados estão aparecendo.

O Blog do Jogo Limpo selecionou 10 fatos que marcaram o penúltimo ano da década e ajudaram a moldar a forma como se pensará a questão ambiental no ano de 2010.

10. Inovações tecnológicas e ecológicas

A tecnologia se mostrou uma grande aliada do meio ambiente em 2009. Fabricantes de celular retiraram produtos tóxicos da composição de seus produtos e investiram em materiais alternativos, tanto na composição do aparelho quanto da embalagem. Até celular de grama foi inventado. As inovações também incluíram bateria de refrigerante, pen-drive de milho, impressora movida a café...

9. Crise econômica e crise ecológica

2009 começou sem se recuperar completamente da crise que tinha abalado a economia no ano anterior. O alerta dado no início do ano por um grupo de ONGs foi de que não era possível sacrificar o clima em nome da recuperação econômica: pelo contrário, as energias renováveis e os empregos verdes poderiam contribuir para o reaquecimento. O setor privado se destacou por defender o início da uma economia verdadeiramente limpa.

8. Iniciativas ambientais

O Blog do Jogo Limpo mostrou neste ano iniciativas como a Loja Grátis, em que você pode pegar o que quiser sem precisar pagar, a venda de cordas de guitarra pelo meio ambiente, um concurso de pôsteres ecológicos, o Manifesto Lixo Eletrônico, o Blog Action Day, evento que reuniu blogueiros em torno da questão climática, e o Dia Internacional pela Ação Climática. O Projeto Jogo Limpo também realizou diversas ações em 2009: participamos do Sintonia Ecologia, de um plantio coletivo de árvores e de um fórum, tudo com o apoio de diversos parceiros.



7. A força da internet

No ano em que o Twitter virou fenômeno – o Blog do Jogo Limpo até selecionou alguns perfis ecológicos – a rede mundial de computadores provou que está ainda mais influente em nossas vidas. A Web levou mensagens ambientais aos jovens em uma linguagem mais atualizada e de forma mais interativa e impactante, e os uniu em ações que não se restringem ao teclado e mouse, como os flash mobs. A internet também está entrando nas salas de aula. Os blogs estão sendo reconhecidos por estimularem a produção de textos e os debates.

6. Sacolas plásticas em baixa

Seguindo o que China, Inglaterra e algumas cidades dos Estados Unidos já haviam feito, a Austrália começou a banir as sacolas plásticas. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente e o Wal-Mart lançaram a campanha “Saco é um saco”, para conscientizar os consumidores. O Blog do Jogo Limpo ainda registrou a luta de uma família para mudar seus hábitos e parar com as sacolinhas e acompanhou universitários que estão reutilizando as sacolas para confeccionar vestidos.

5. Campanhas polêmicas

O WWF pediu para que 1 bilhão de pessoas apagassem as luzes por uma hora no dia 28 de março. O Instituto Akatu fez anúncios parodiando as propagandas de varejo, “vendendo” produtos estragados em uma campanha que levou o título “1/3 de tudo o que você compra vai direto para o lixo”. O príncipe Charles contracenou um vídeo com um sapo, chamando a atenção para o desmatamento na floresta tropical. A ONU lançou a meta de plantar 7 bilhões de árvores até o fim do ano (e conseguiu não só cumpri-la, como superá-la). A PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) criou a campanha “Testes em animais partem o coração”. Mas a campanha que mais repercutiu foi a da SOS Mata Atlântica (a propósito, você já fez xixi no banho hoje?). A ousadia das campanhas só não superou a polêmica que causaram.



4. A posse de Barack Obama e a nova postura dos Estados Unidos

O novo presidente norte-americano chegou ao poder com a promessa de mudar a postura do seu antecessor, George W. Bush, garantindo que apoiaria o desenvolvimento de energias limpas e as negociações contra as mudanças climáticas. Nos Estados Unidos, leis foram aprovadas para limitar as emissões de gases. Mas, em Copenhague, foi criticado por exigir que, se os EUA fossem entrar no jogo, seria com as suas próprias regras.

3. A pré-candidatura de Marina Silva

Depois de renunciar ao Ministério do Meio Ambiente, no ano passado, Marina Silva aceitou o convite do Partido Verde (PV) para trocar de legenda e desligou-se do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual era vinculada há cerca de trinta anos. Recentemente, anunciou que vai se candidatar a presidente nas próximas eleições. Sua história de vida comove: a senadora, nascida nos seringais do Acre, era analfabeta aos 16 anos, pobre e foi desenganada quatro vezes pelos médicos. Mas ela vai conseguir superar Dilma e Serra, os dois oponentes mais fortes, mostrando que pode lidar em outras áreas que não sejam a ambiental? Só 2010 vai revelar.

2. Governo brasileiro na berlinda

O poder público teve que tomar decisões importantes este ano. No início de 2009, o governo anunciou, sob críticas, mais investimentos em termelétricas, apesar do potencial de energias renováveis como a eólica. Com o petróleo na mira dos ambientalistas, também foi preciso equilibrar o entusiasmo com a descoberta dos poços de pré-sal. Já o Congresso chamou a atenção do país ao aprovar a Medida Provisória 458, acusada de beneficiar grileiros, mas cujos artigos mais polêmicos foram vetados pelo presidente Lula. Por outro lado, finalmente foi aprovada a nova política climática nacional, prevendo redução de cerca de 40% nas emissões projetadas de gases do efeito estufa até 2020 (fonte: Terra).



1. Copenhague

A décima quinta Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15) foi realizada em Copenhague sob os olhares atentos de empresas, governos, ONGs e indivíduos de todo o mundo. Entre as propostas que foram levadas para debate, estavam a fixação de metas para reduzir emissões até 2020 e a criação de mecanismos como um fundo climático em que os países ricos ajudassem os pobres a diminuir sua poluição. Esperava-se um sucessor para o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Em meio a denúncias de manipulação de dados e muitos impasses, o que saiu foi um acordo político, que não foi aprovado com o consenso de todos os países, nem tem força de lei.

Esperamos que 2009 tenha deixado boas lições para todos nós, e que o próximo ano seja repleto de sucesso, consciência, atitude e sustentabilidade. Feliz 2010!

Felipe Saldanha

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um jeito diferente de desejar "Feliz Ano Novo"




O fim do ano está chegando. Que tal enviar uma mensagem diferente para seus amigos e parentes? O cartunista Fábio Yabu criou cartões de Natal e Ano Novo com temas ecológicos e belas ilustrações no estilo infantil. Você pode ver todos os modelos aqui e baixá-los individualmente ou na versão em PDF, para impressão (em papel reciclado, de preferência!).


Leia também: dicas para um Natal mais sustentável

Via Comunicadores.

sábado, 19 de dezembro de 2009

COP15: conheça os detalhes do acordo


Do G1:

A cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15), realizada em Copenhague, chegou a um acordo de mínimos neste sábado (19), apesar da oposição de vários países e após um intenso debate que se prolongou durante toda a noite.

A Presidência da conferência anunciou que havia "tomado nota do acordo de Copenhague de 18 de dezembro de 2009", que incluirá uma lista dos países contrários ao texto.

O acordo de Copenhague contra o aquecimento climático, validado neste sábado, é uma etapa essencial para um futuro pacto, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. A ONU recorreu a esta fórmula para tornar operacional o acordo, que foi duramente criticado como ilegítimo por países como Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia e Sudão. (...)

O texto estava sendo negociado desde quinta-feira (17) e foi fechado na sexta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em reunião com vários chefes de Estado e finalmente com China, Índia e África do Sul, sob mediação do Brasil.

Trata-se de um acordo de mínimos, após o fracasso de 12 dias de negociações em Copenhague para conseguir um texto ambicioso que suceda o Protocolo de Kyoto, o único tratado que obriga 37 nações industrializadas e a União Europeia a reduzir suas emissões de dióxido de carbono (CO2).

O acordo, de caráter não vinculativo, está muito longe das expectativas geradas em torno da maior reunião sobre mudança climática da história, e não determina objetivos de redução de gases do efeito estufa. (...)

O texto do acordo também estabelece que os países deverão providenciar "informações nacionais" sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, através de "consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos".

O acordo final costurado de última hora pelos líderes mundiais foi considerado o "pior da história", segundo o delegado do Sudão, Lumumba Stanislas Dia-Ping, cujo país preside o G77, que reúne os 130 países em desenvolvimento.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

COP15: é o fim?


Final da Conferência do Clima é frustrante

Do Jornal Nacional:

Era para ter saído uma declaração forte, mas na manhã desta sexta-feira, na reunião plenária que começou com duas horas de atraso, o presidente Lula pediu a palavra e desabafou. "Se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá nesse plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até a hora de agora, não sei”, disse Lula.

Falando de improviso, o presidente Lula relembrou que os países que enriqueceram emitindo gases que provocam o efeito estufa têm mais responsabilidades.

Mas que para fechar um acordo, o Brasil estaria disposto a fazer uma concessão. "O que nós precisamos, e vou dizer a público uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países”. (...)

Em seguida, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ocupou a mesma tribuna. E fez um discurso que pode marcar o fim da lua de mel dele com a opinião pública mundial.

Os americanos, que apresentam a menor proposta de redução de gases entre os ricos, e que são os maiores emissores, junto com a China, não cederam um milímetro.

Obama disse que os americanos vão ajudar a financiar a adaptação dos pobres, mas se, e apenas se, todas as condições impostas por eles forem seguidas.

COP-15 é "sem precedentes", mas insuficiente, diz Obama

Da France Presse via Folha Online:
O presidente americano, Barack Obama, classificou o encontro com líderes mundiais como "sem precedentes", mas admitiu que ainda não é suficiente para resolver o problema.

Passadas mais de quatro horas do horário oficial de encerramento da Conferência do Clima da ONU em Copenhague, e depois de uma exaustiva rodada de negociações entre os governantes mais poderosos do planeta, Obama declarou que um consenso havia sido finalmente alcançado -- mas reconheceu o fato de ser limitado e não vinculante [com força de lei].

Obama disse à imprensa que um acordo vinculante será "muito duro" e levará tempo para ser negociado, observando que o progresso alcançado na cúpula do clima em Copenhague "não foi suficiente".

A conversação incluiu um compromisso de tomar uma decisão sobre as metas de redução das emissões até 2020 até o mês de janeiro, segundo informações de um diplomata europeu.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

COP15: momentos finais


Entenda os impasses na conferência do clima de Copenhague

Da Folha Online (adaptado):

Os impasses para a conferência climática da ONU em Copenhague, que termina nesta sexta-feira (18), giram especialmente em torno do jogo de empurra de responsabilidades entre países ricos e pobres.

O objetivo principal da conferência é fechar um acordo para suceder o Protocolo de Kyoto. Os países em desenvolvimento querem sua prorrogação, que obriga os países ricos a reduzir a emissão de gases-estufa até 2012 e, ao mesmo tempo, elaborar outro acordo para as nações em desenvolvimento. Os Estados Unidos, que não assinaram o acordo, dizem que ele é injusto por não obrigar a metas vinculantes países em desenvolvimento que já são grandes emissores de gases-estufa.

Outra das questões-chave é o financiamento para políticas de mitigação das emissões para os países pobres.

A chefe da delegação brasileira e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, declarou nesta quarta-feira (16) que os países ricos tentam aprovar uma proposta que fixa a participação dos países emergentes no fundo em 20% do total dos recursos e a das nações desenvolvidas, em 25%, que seriam responsabilidades muito parecidas.

"Somos a favor de compromissos comuns, mas diferenciados. Esses países [ricos] têm 200 anos de desenvolvimento e de acúmulo de riqueza, por isso não concordamos", afirmou Dilma.

A situação chegou a tal nível de dificuldade que a presidente da conferência, Connie Hedegaard, decidiu renunciar nesta quarta-feira, dando lugar ao primeiro-ministro dinamarquês.

Lula e Sarkozy convocam reunião para salvar acordo da COP-15

Do Estadão Online (adaptado):
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, presidente da França, convocaram uma reunião de emergência nesta quinta-feira, 17, para viabilizar um acordo na reunião sobre mudança climática das Nações Unidas, em Copenhague.

Sarkozy, que horas antes surpreendera ao defender o Protocolo de Kyoto em seu discurso de abertura, afirmou que a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, já teriam concordado com a extensão do acordo.

Faltando menos de 24 horas para o encerramento do encontro, Lula admitiu que o entendimento a ser alcançado em Copenhague não será "o mais perfeito", mas disse que chegou a hora de "construir o acordo que é possível construir".

Na sua coletiva de quinta-feira, Lula voltou a afastar a possibilidade de um novo acordo se afastar de Kyoto.

"Eu penso que não há possibilidade de haver retrocesso, porque todo mundo sabe que embora as responsabilidades sejam de todos, elas têm que ser diferenciadas pelo tempo histórico da emissão de gases do efeito estufa", disse Lula.

"Nisso já há consenso. Para nós é importante a manutenção do princípio do Protocolo de Kyoto. Precisamos de metas claras e objetivas."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

COP15: o Brasil e o fundo do clima


A senadora Marina Silva (PV-AC) considera que os países em desenvolvimento podem colaborar com recursos para o fundo internacional de adaptação climática, que deverá ajudar principalmente os países mais pobres e vulneráveis. Ela lembrou que o Brasil já até emprestou dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), porém não espera que a ajuda dos países em desenvolvimento seja equivalente à dos desenvolvidos. Segundo a senadora, deve-se obedecer sempre ao princípio da "proporcionalidade".

Para Marina, a contribuição de um país emergente como o Brasil pode causar "constrangimento ético" para que os países desenvolvidos, que ainda não se posicionaram da forma como os pobres gostariam, "ponham mais" recursos no fundo. "O Brasil, que já emprestou recursos ao FMI, pode entrar com US$ 1 bilhão. Pode ser mais, eu não vou ficar triste com isso."

No domingo (13), a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, já havia dito que o país não deveria dar dinheiro a um fundo para ajudar países pobres a combaterem e se adaptarem às mudanças climáticas porque isso é papel dos mais ricos, que têm responsabilidade histórica no aquecimento global. “US$ 1 bilhão não faz nem ‘cosquinha’. Os valores estão em torno de US$120 bilhões, US$ 150 bilhões. Tem valores de US$ 500 bilhões (sobre a mesa de negociações)”, afirmou Dilma, que chefia a delegação do Brasil na conferência.

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB) também defendeu que o Brasil entre com recursos. "O Brasil devia contribuir, porque se o Brasil se dispõe a fazer, e é um país em desenvolvimento, sem dúvida nenhuma vai ampliar a pressão política sobre os países desenvolvidos, que são os que fizeram a grande poluição do mundo. São os principais responsáveis pelo efeito estufa. Vai ser uma pressão a eles, para que compareçam com recursos substanciais", disse Serra. Fonte: G1 [1, 2, 3]

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

COP15: tensão nas negociações


Delegações da África abandonam negociações temporariamente

Os delegados de países africanos, apoiados por outros países em desenvolvimento, abandonaram durante a manhã desta segunda-feira (14) os grupos de negociação da COP15 para protestar contra uma suposta tentativa dos países desenvolvidos de acabar com o Protocolo de Kyoto. As negociações já foram retomadas. Pa Ousman Jarju, da delegação de Gâmbia, afirmou que os anfitriões dinamarqueses asseguraram que as demandas das nações africanas vão receber mais atenção.

A ação foi um protesto contra as nações ricas, que estariam prestes a abandonar os princípios essenciais da Convenção do Clima e do Protocolo de Kyoto, pelas quais os países industrializados têm mais responsabilidade pelo aquecimento global, e portanto devem assumir mais obrigações. Fonte: G1 [1, 2]

Negociadores tentam acabar com impasses antes da chegada dos líderes

Ministros tentavam romper um impasse nas negociações climáticas globais na terça-feira, três dias antes do momento em que se pretende que líderes mundiais fechem um novo pacto visando evitar mudanças climáticas perigosas.

Os organizadores das negociações em Copenhague disseram que os ministros do Meio Ambiente vão trabalhar até tarde da noite da terça-feira (15) para tentar superar as grandes divergências, dizendo que a parte principal do trabalho precisa ser concluída antes da quinta-feira, quando cerca de 130 líderes mundiais se juntarão formalmente à conferência que ocorre entre 7 e 18 de dezembro.

A presidente dinamarquesa das negociações, Connie Hedegaard, disse esperar que o prazo apertado possa acrescentar urgência às negociações e ajudar a romper o impasse.

"É exatamente como crianças na escola", compara ela. "Se elas têm um prazo muito longo para entregar seus exercícios, elas vão esperar até o último momento."

O clima de desconfiança é um dos principais entraves para o avanço das negociações, admitiu o embaixador Sérgio Serra, um dos negociadores brasileiros na COP-15. Ele acredita que as tratativas já deveriam estar menos nebulosas. "É normal que a negociação seja assim. O preocupante é que esteja tão nebuloso a esta altura", ressaltou. Fonte: Folha Online [1, 2]

ONU pede que líderes evitem fracasso da COP-15

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu hoje aos 192 países reunidos na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague, que alcancem um acordo "ambicioso" que impeça o fracasso da conferência.

"Estamos aqui para ter êxito e não para fracassar", disse em entrevista coletiva, após participar da inauguração do segmento de alto nível da cúpula climática.

Ban afirmou que é "razoavelmente otimista" sobre o curso da cúpula nos próximos três dias e destacou que o novo acordo deve ser "justo, amplo, equitativo e operacional de forma imediata". Fonte: Folha Online

sábado, 12 de dezembro de 2009

COP15: começa a sair o acordo


Na foto: manifestações em Copenhague, realizadas hoje (12), exibem cartazes com frases como "não existe um planeta B". Fonte: Greenpeace.

O primeiro rascunho para o acordo final a ser fechado na COP15 foi aprovado ontem (11). O documento ainda tem uma série de lacunas no que se refere a valores, por falta de consenso. No entanto, ele prevê uma diminuição na emissão de gases poluentes que pode chegar a 90% até 2050 e sugere uma meta intermediária de redução para 2020. O texto também afirma que a temperatura global não pode passar de um limite que ainda não foi definido: ou 2°C, como recomenda a comunidade científica, ou 1,5°C.

O fato de não mencionar compromissos obrigatórios foi alvo de críticas. Erwin Jackson, do Instituto Australiano do Clima, comenta: “Seria um enorme retrocesso se isto for aprovado. Não existe um instrumento juridicamente vinculativo [com força de lei] que cobrariam os EUA ou os grandes países em desenvolvimento, como China e Índia”. Segundo Marcelo Leite, colunista da Folha da São Paulo, o esperado para a COP15 é "apenas um compromisso político, e nenhum país ou grupo de países, como a União Europeia, poderá ser cobrado juridicamente pelo cumprimento disso".

Apesar destes problemas e dos questionamentos dos Estados Unidos, que exigem que os países em desenvolvimento tenham um papel maior na redução de emissões, o texto marca a aproximação de posições na conferência. O objetivo é facilitar o trabalho dos ministros de Meio Ambiente e dos chefes de Estado de todo o mundo, que chegarão a Copenhague nos próximos dias para finalizar as negociações.

Thays Prado, do blog Planeta na COP15, listou os detalhes mais importantes do rascunho (a relação está aqui). Alguns dos principais pontos são:

- O texto prevê mitigação [abrandamento dos efeitos do aquecimento global], adaptação, transferência de tecnologia, financiamento e investimentos em infraestrutura de uma maneira integrada

- A redução de emissões globais dos países deve chegar a 50%, 85% ou 90% até 2050 (o valor também não foi definido) e continuar caindo

- Países em desenvolvimento devem priorizar seu desenvolvimento social e econômico e a erradicação da pobreza, mas seu desenvolvimento deve ocorrer com baixas emissões de carbono

- Países desenvolvidos devem prover recursos financeiros adequados e tecnologias para implementar ações de adaptação nos países em desenvolvimento

- As circunstâncias de cada país e as responsabilidades históricas serão levadas em conta

Fontes: Folha Online, AmbienteBrasil e G1.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

I Fórum de Educomunicação, Meio Ambiente e Cidadania em Uberlândia

Nos últimos tempos, a comunicação e a educação ficaram cada vez mais próximas. A relação entre as duas áreas constitui uma forma eficiente de levar conhecimento e informação à sociedade. Enquanto isso, o tema meio ambiente ganhou importância e passou a fazer parte do nosso cotidiano. Neste contexto, entra em cena a educomunicação, para "transformar cada habitante do país em defensor ativo da natureza" (Ismar Soares).

No dia 11 de dezembro, sexta-feira, será realizado o I Fórum de Educomunicação, Meio Ambiente e Cidadania. O evento é uma iniciativa da UFU - Universidade Federal de Uberlândia com o apoio da OPA - Organização para a Proteção Ambiental e da Prefeitura de Uberlândia. Entre os convidados estão o Prof. Ismar Soares, doutor pela USP e reconhecido pesquisador na área de educomunicação, e Lílian Lindoso, graduada em Jornalismo e especialista em Comunicação e Meio Ambiente.

A ação marca o lançamento do Programa de Extensão Meios, que visa dar continuidade ao Projeto Jogo Limpo e promover ações que despertem a consciência crítica dos indíviduos, como um curso de capacitação para multiplicadores e um programa de TV.

Informações e inscrições - Visite a página oficial do evento


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

COP15: segundo dia



Dinamarca propõe acordo polêmico

Do G1:

Reportagem publicada nesta terça-feira (8) no site do jornal britânico ‘The Guardian’ afirma que o vazamento de um “esboço dinamarquês” para um acordo que poderia ser celebrado na Convenção do Clima das Nações Unidas enfureceu representantes das nações em desenvolvimento. O título da matéria é alarmante: “Conferência do Clima de Copenhague em confusão após vazamento de ‘texto dinamarquês’”.

Segundo o ‘Guardian’, o tal texto demonstraria a intenção de grandes potências de assinar semana que vem um acordo que concede mais poder às nações ricas e confere às Nações Unidas um papel secundário na luta contra o aquecimento global.

Ainda segundo o jornal, a intenção das delegações de países desenvolvidos seria assegurar um limite maior de emissões de dióxido de carbono (CO2) per capita do que os fixados para nações em desenvolvimento.

A floresta e o aquecimento global

Do G1 e da Folha Online:
O desmatamento da Amazônia, que este ano teve uma baixa histórica, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), deve crescer novamente quando os preços das commodities voltarem a subir, afirma Daniel Nepstad, pesquisador do Woods Hole Research Center, nos EUA. “É um dragão adormecido”, diz.

Nepstad vê como inevitável que a pressão sobre floresta ressurja quando a economia global retomar o crescimento. “Então, o desmatamento pode voltar a explodir”. Ele cita como exemplo projeções de que a demanda por ração animal – que provém, em parte, da soja – na China deve crescer mais de 100% nos próximos dez anos e que o Brasil deve ser um dos maiores fornecedores de matéria-prima para esse alimento.

Às vésperas de viajar para Copenhague, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu conceder ajuda financeira a proprietários rurais dispostos a cumprir o limite de desmatamento fixado em lei. Inicialmente, o registro da chamada reserva legal e a preservação de florestas contarão com financiamento estimado em R$ 100 milhões.

O desmatamento responde por mais de metade das emissões brasileiras de gás carbônico, estimadas pelo governo em 2,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente em 2005. Sua redução forma o grosso da oferta brasileira de corte de emissões.

Saiba mais: De Buenos Aires a Copenhague

COP15: O que está sendo discutido em Copenhague?



Redução de emissões: o principal é conseguir compromissos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa até 2020, um passo importante no objetivo para 2050 de reduzir em 50% a emissão anual de dióxido de carbono (CO2).

Financiamento: a meta é angariar fundos para ajudar os países desenvolvidos a aplicarem um modelo econômico com menos emissões de CO2, além de medidas de adaptação às inevitáveis consequências das mudanças climáticas.

Status legal: apesar dos dois anos de reuniões, ainda não se chegou a nenhuma conclusão sobre o problema do status legal do futuro acordo.

Os países em desenvolvimento querem que o Protocolo de Kyoto de 1997 seja estendido além de seu vencimento, em 2012. Entretanto, os Estados Unidos abandonaram este protocolo, em parte porque ele só é juridicamente vinculante para os países desenvolvidos, deixando de fora os emergentes e em desenvolvimento.

Desmatamento: os países com vastas florestas tropicais pressionam por um acordo que os ajude financeiramente a preservar estes "pulmões" do planeta contra as emissões de CO2.

Fonte: Folha Online

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

COP15: primeiro dia



E começa a conferência

Do G1:

A Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP 15) começou na manhã desta segunda-feira (7) em clima de esperança - pelo menos da parte dos organizadores - em relação a um acordo global de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. O evento foi aberto oficialmente pelo presidente da COP 14, o polonês Maciej Nowicki.

Na cerimônia de abertura, o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo de Boer, destacou que o “tempo de declarações formais acabou”. “Chegou o momento de darmos as mãos”, prosseguiu o representante da ONU.

Ele lembrou aos participantes que lotavam o plenário principal do Bella Center, espaço de convenções onde acontece a conferência, que as delegações dos 193 países terão apenas seis dias de reuniões técnicas para entregar resultados aos seus ministros (no caso da delegação do Brasil, quem está à frente é a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff).

Os ministros, então, terão dois dias para negociar até a chegada dos líderes nacionais que, se as esperanças se confirmarem, podem fechar um acordo climático global até 18 de dezembro.

E-mails vazados e a "conspiração"

Da Folha Online:
O líder do painel de cientistas climáticos da ONU [Rajendra Pachauri] defendeu enfaticamente nesta segunda-feira (7) os indícios de que o ser humano está aquecendo o planeta, depois de críticos afirmarem que o vazamento de e-mails de uma universidade britânica desqualificou as evidências.

Pachauri é o líder do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas da ONU, que disse em 2007 ter pelo menos 90% de certeza de que os seres humanos são responsáveis pelo aquecimento global.

Os emails, alguns escritos há 13 anos, foram roubados por piratas virtuais e disseminados com rapidez pela internet. Céticos dizem que as mensagens mostram que os cientistas manipularam as evidências sobre o clima.

EUA dá o exemplo

Da Folha Online:
A Casa Branca aprovou um projeto da Agência de Proteção Ambiental dos EUA que autoriza o órgão a estipular regras que regulem as emissões de gases do efeito estufa no país, disse uma autoridade do governo norte-americano nesta segunda-feira (7).

O projeto aprovado pela Casa Branca permite que a agência ambiental (Epa, na sigla em inglês) determine regras mesmo que o Congresso não aprove uma legislação para cortar as emissões dos gases causadores do aquecimento global.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Brasileiros são os mais preocupados com o aquecimento global


Do UOL via AmbienteBrasil:

Uma pesquisa indicou que quatro em cada cinco brasileiros acham que é preciso proteger o meio ambiente ainda que à custa de uma fração do crescimento econômico e da perda de empregos.

A pesquisa, que ouviu 26 mil pessoas em 25 países – 800 delas no Brasil –, procurou medir a atitude de cidadãos em diversas partes do mundo em relação ao combate ao aquecimento global.

Os brasileiros foram os que mais se disseram preocupados com a questão: 90% deles consideraram o aquecimento global como "um problema muito sério".

Argentinos, franceses e sul-coreanos seguiram o ranking, com percentuais de 69%, 68% e 68%, respectivamente.

O fim da lista é ocupado por chineses e americanos, os dois países que lideram o ranking das emissões absolutas de gases que causam o efeito estufa.

Apenas 30% dos chineses disseram considerar o aquecimento global como um problema "muito sério", com 44% de russos e americanos concordando com essa afirmação.

A pesquisa serviu para o instituto Pew Research Center, com sede em Washington, chamar a atenção para o encontro crucial das Nações Unidas que começará na capital dinamarquesa, Copenhague, na semana que vem.
Foto: Ian McKinnell/Getty Images