Busto em bronze de Chico Mendes, exposto no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. (Foto: ARTExplorer/Flickr)
Há vinte anos, morreu um dos personagens de maior destaque na história do ambientalismo brasileiro: o seringueiro Francisco Alves Mendes. Entretanto, sua batalha ainda repercute no presente. Chico Mendes, à frente do seu tempo, defendeu um conceito que, até hoje, luta-se para colocar em prática: o de que é possível conciliar preservação e desenvolvimento econômico para quem vive na floresta. (Leia mais sobre o assunto aqui e aqui)
Um artigo de Alexei Barrionuevo, do "New York Times", publicado no G1, relaciona os ideais de Chico Mendes aos planos anunciados recentemente pelo governo brasileiro para reduzir o desmatamento e a emissão de dióxido de carbono. Leia alguns trechos:
Neste mês, o Brasil iniciou o que ambientalistas esperam ser um grande passo para a concretização da visão de Mendes. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva introduziu ambiciosas metas de redução para o desmatamento e emissões de dióxido de carbono, em um país que é um dos maiores emissores mundiais desse gás do efeito estufa. (...)
No final dos anos 60 e início da década de 70, o governo militar estimulou famílias sem-terra a se estabelecerem na região [da Floresta Amazônica]. A construção de estradas, especuladores de terras e fazendeiros vieram em seguida, e as florestas foram derrubadas a um ritmo assustador.
As queimadas e a decomposição de árvores produzem dióxido de carbono, um gás do efeito estufa.
Mendes organizou seringueiros em grupos e enfrentou credores que pagavam para construir estradas. Seus esforços para acabar com desmatamento em uma área planejada para ser uma reserva florestal levaram à sua morte. Desde o assassinato, em 22 de dezembro de 1988, mais de 20 reservas foram criadas, protegendo mais de 3,2 milhões de hectares. (...)
O Brasil sempre esteve na defensiva quando o assunto era a mudança climática,” afirmou Carlos Minc, ministro do meio ambiente brasileiro. “E agora está completamente mudado, aprovando um plano mais ousado que o da Índia ou da China.”
Minc conta que o plano ajudaria a satisfazer uma exigência de alguns dos países mais desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos, que disseram não concordar em firmar limites de emissões até que países menos desenvolvidos, que produzem quantidades significativas dos gases do efeito estufa, fizessem o mesmo.
O desmatamento produz mais que um quinto do dióxido de carbono de origem humana, segundo algumas estimativas. Cerca de 75% das emissões brasileiras vêm do desmatamento, citou Minc.
0 comentário(s):
Postar um comentário