Quem acompanha notícias ambientais conhece os perigos para o meio ambiente causados pelas sacolinhas plásticas. O consumo mundial é de um milhão por minuto. Deste volume, a reciclagem chega a apenas 0,6%. Na natureza, o modelo tradicional leva aproximadamente 400 anos para se decompor. (Saiba mais)
Na minha casa, este assunto já rendeu muita polêmica. Meus pais são consumidores conscientes, mas ainda não tinham conseguido abandonar as famigeradas sacolas. Não utilizavam a eco-bag – pelo menos não nas compras do mês – porque a consideravam inadequada para o transporte de grandes quantidades de produtos.
Depois de muita conversa, encontramos um substituto à altura: caixas de papelão, opção que já está sendo oferecida por alguns supermercados. Eles aceitaram, então, o desafio de ir ao supermercado sem gastar uma única sacolinha. Conto, a seguir, como foi a experiência.
Meus pais são clientes fiéis do supermercado X – que, inclusive, vende eco-bags, incentiva os consumidores a não utilizar sacolas plásticas e disponibiliza as tais caixas. As compras transcorreram normalmente. Mas, ao chegar ao caixa, não encontraram as embalagens de papelão. Perguntaram à atendente, mas ela respondeu que não havia nenhuma disponível.
No entanto, nosso casal consumidor se lembrou de ter visto algumas caixas vazias na seção de hortifruti. Com a permissão do caixa, foram buscá-las para guardar seus produtos. Novo problema: não encontraram fita empacotadora para vedar o fundo das caixas. (Vale lembrar que elas estavam desmontadas e, sem fita, era bem possível que voltassem a se desmontar.) Novo pedido à atendente. Aguardaram um tempo, mas ninguém conseguiu essa fita.
Enquanto isso, a fila do caixa aumentava. Provavelmente os outros clientes pensaram: “Será que vai demorar para estes ecochatos saírem daqui?”. Dada a situação, meus pais desistiram da tal fita empacotadora e levaram as caixas para o carro do jeito que estavam. Mas ainda tem a “cena” final... Meu próprio pai relata o que aconteceu em seguida:
“Ao tirar as caixas do carrinho de supermercado para colocar no porta-malas, o fundo de uma delas abriu e os produtos vazaram totalmente. Daí, montamos novamente o fundo da caixa e reacomodamos os produtos. Por sorte, nesta caixa rompida não havia nenhum produto quebrável. Apesar da boa experiência, a situação nos deixou um pouco constrangidos e meio com cara de ETs.”
O importante é que eles puderam, finalmente, se livrar das sacolinhas! Fotografei as compras como uma prova deste pequeno relato. Só que a história, que pode acontecer com qualquer brasileiro, está longe de ter um fim. Ficam as seguintes questões para reflexão:
- Os supermercados estão preparados para atender o consumidor consciente?
- A eco-bag é uma solução viável para grandes compras?
- A postura “ecológica” de alguns estabelecimentos não seria mero greenwashing?
- Você já passou por uma situação parecida?
Enquanto isso, ainda tem gente defendendo o uso das sacolinhas... (vídeo via Verde Dentro)
Por Felipe Saldanha
3 comentário(s):
Ótimo post, parabéns! Refletir sobre as ações sustentáveis na prática também é um papel importantíssimo das empresas que escolhem defender a sustentabilidade em suas ações. Não adianta só ter discurso, é preciso possibilitar que as ações cheguem às ruas, de fato.
Na última campanha "Eu amo o Mundo" nós distribuímos ecobags aos clientes... Mas este é apenas o início da luta pela conscientização.
Oi,só faço as minhas compras utilizando as minhas sacolas de pano......qd não posso,só utilizo as caixas de papelão......Faço o que julgo necessário em defesa do Meio Ambiente.......Vim retribuir a visita....bjcas bem Mimirabolantes p/ vc.....
Olá! O ideal são as sacolas (ou engradados ou outra coisa) reutilizáveis, pois se todos forem usar caixas de papelão (ou sacolas de papel) e descartá-las posteriormente, o dano ao meio-ambiente será maior do que o uso de sacolas plásticas; isto porque o processo de fabricação do papelão consome mais recursos do que a fabricação do plástico.
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