domingo, 20 de junho de 2010

Brasil pode reduzir emissões e continuar crescendo


Preservação do meio ambiente conciliada com o desenvolvimento econômico é um desafio? Sim. Mas é possível. Embora demande grandes investimentos (725 bilhões de dólares), o Brasil pode diminuir as emissões de carbono em cerca de 40% até 2030 – redução de 29 para 11 bilhões de toneladas, o equivalente a retirar de circulação, por três anos, todos os carros do mundo – trazendo não só melhoria na qualidade de vida da população como retorno financeiro para as indústrias.

O caminho para se chegar lá está no relatório “Estudo de Baixo Carbono para o Brasil”, lançado pelo Banco Mundial na última quinta-feira (17). O documento traz uma série de sugestões que se aplicam às áreas de energia, transportes, manejo de resíduos e mudança de uso do solo – esta última envolve agricultura e desmatamento, responsáveis por 75% das emissões brasileiras.

Segundo a Revista Época, o estudo é fruto de um trabalho que levou mais de um ano para ser completado, envolvendo 70 especialistas brasileiros de universidades e centros de pesquisa, além de representantes do governo. O montante necessário para as mudanças poderia vir do setor privado, de acordo com o coordenador do relatório, Christophe de Gouvello, mas também serão necessários recursos públicos.

“Aí vem toda a questão da responsabilidade dos países industrializados, em como eles podem ajudar os países em desenvolvimento a não passar pelos mesmos caminhos que percorreram”, disse Gouvello. Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, pensa da mesma forma: “O mundo desenvolvido é responsável pela maior parte [das emissões globais], e precisa contribuir direta e proporcionalmente para solucionar o problema”. A ministra afirmou que as emissões brasileiras, em 2005, representavam apenas 6,6% do total global.

O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop, reconhece que reduzir as emissões é um desafio em termos de planejamento e financiamento, mas disse que isso pode levar a resultados positivos para a economia, como o crescimento do Produto Interno Bruto e do emprego. Para Diop, “não fazer nada seria bem mais custoso”.

O que pode ser feito?

Na área de agricultura e desmatamento, o Brasil deve continuar protegendo a floresta e tornar a agricultura mais eficiente. O relatório prevê que a derrubada de árvores pode ser reduzida em 68%. Na área de energia, as indústrias podem investir em combustíveis menos poluentes para suas caldeiras, como biomassa. A eficiência das refinarias de petróleo pode ser aumentada e o país deve investir em energia eólica. Já o etanol brasileiro pode ser exportado e reduzir as emissões globais.

Em relação aos transportes, podem ser feitos investimentos no transporte público, principalmente em linhas de metrô e ônibus expresso, que diminuem os congestionamentos e melhoram a qualidade do ar. Também devem ser incentivados o uso dos transportes aquaviário e ferroviário. E na categoria manejo de resíduos, a recomendação é melhor planejamento e mais investimento para aterros e outros serviços de coleta e processamento.

Com informações de Revista Época, Banco Mundial, Agência Estado, Rádio ONU via Jornal Feira Hoje e Agência Brasil via Exame.

Foto: R. Motti/Flickr

3 comentário(s):

Diêgo Lôbo disse...

Olá,man, tudo bem?
Vim dizer que o E esse tal Meio Ambiente? mudou de endereço. Daí vi que ainda tá usando o antigo ali nos favoritos. Se puder mudar para o novo que é http://essetalmeioambiente.com/.

Vou atualizar seu banner lá também.
Um abraço, parabéns pelo trabalho.

vitorferolla disse...

a caixa de cigarro é pq meu twitter é viciante =P

aline disse...

Olá... Interessante! Acabei de ler uma matéria sobre isso também no site da revista da página22...
http://pagina22.com.br/index.php/2010/06/horizonte-incerto/