A reunião de Copenhague está ficando mais próxima. Será chegada a oportunidade para a comunidade internacional lançar um acordo mais eficiente que o Protocolo de Kyoto (o documento expira em 2012) e finalmente conseguir colocar um freio no aumento das emissões de gases causadores do Efeito Estufa? A julgar pela última reunião dos líderes mundiais, em Bangcoc, o cenário não é muito animador.
Na quarta-feira (7), Yvo de Boer, o mais alto representante da ONU para mudanças climáticas, parecia animado. Disse que “esta é a primeira vez em dois anos que vemos este tipo de debate construtivo sobre como fazer funcionar concretamente o futuro acordo mundial sobre as mudanças climáticas”. O clima era bem diferente quando admitiu, na sexta-feira (9), uma “contínua falta de clareza” em questões-chave para um possível acordo.
Um dos principais problemas enfrentados é a questão da quantia necessária para bancar a adaptação das economias à nova realidade, especialmente a dos países em desenvolvimento – estimada pelo Banco Mundial entre 75 e 100 bilhões de dólares até 2050. O México propõe a criação de um fundo para estimular as ações necessárias.
"Não podemos continuar a perder tempo desperdiçando mandatos políticos", disse a porta-voz da ONG WWF, Kim Carstensen. "Minha preocupação é que, sem clareza política dos países em temas como finanças e metas de redução de emissões, o próximo encontro em Barcelona será mais uma rodada de discursos sem os avanços políticos que necessitamos."A situação se complicou ainda mais quando um documento foi apresentado pelos países ricos e considerado pelo G-77 (grupo de nações do Terceiro Mundo) uma “sabotagem” contra o Protocolo de Kyoto. Além disso, os países árabes, grandes produtores de petróleo, estão pouco dispostos a contribuir com as negociações.
Já o conselheiro da Oxfam sobre o clima, Antonio Hill, afirmou que a falta de “vontade política dos líderes dos países ricos” terá um efeito mais nocivo sobre as populações dos países pobres, mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática. [1]
Outro ponto delicado é sobre a divisão de responsabilidades. O negociador americano, Jonathan Pershing, exigiu que países como China, Brasil e Índia também adotassem cortes semelhantes aos dos países mais ricos. Mas essas nações alegam que isso poderia prejudicar seu próprio desenvolvimento. A posição é reiterada pelo Brasil:
Lula insistiu que, para combater de maneira eficiente a mudança climática, cada país deverá assumir em Copenhague compromissos correspondentes a suas responsabilidades nos níveis de emissões globais.Copenhague está chegando e 2012 também. É de extrema urgência importância haver progressos significativos até lá. Do contrário, não é só o Protocolo que pode ter um fim.
"O bom senso e a maturidade devem prevalecer na cabeça dos dirigentes. É preciso levar em conta que a China não pode pagar o mesmo preço que a Inglaterra, que começou a industrialização 200 anos atrás." [2]
Com informações da Veja.com e do Estadão. Fontes:
1) A meses de Copenhague, reunião sobre clima termina dividida
2) Lula diz que Brasil não pode ter meta de desmatamento zero
Foto: moonfire8/SXC
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