terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Energia que dá gosto?


Depois da Revolução Industrial inglesa, no século XVIII, a demanda por eletricidade disparou -- e, consequentemente, os problemas ambientais se multiplicaram. Desde esta época, a queima de combustíveis fósseis é o modo mais comum de se obter energia em todo o mundo. Hoje, a usina termelétrica é a mais usada a nível internacional, mas é poluente e contribui para as mudanças climáticas.

No Brasil, a situação é diferente: a maior parte da matriz energética é formada pelas hidrelétricas, mais limpas. Mesmo assim, afetam o ambiente devido à construção das represas, que destrói a fauna e a flora. Isto motivou o governo a anunciar mais investimentos justamente em termelétricas, o que não agradou organizações como o Greenpeace:

A intenção do governo de diminuir a participação das hidrelétricas na matriz energética brasileira e aumentar a quantidade de energia gerada por termelétricas, prevista no Plano Decenal 2008/2017, apresentado na sexta-feira (6), não agradou a organização não-governamental Greenpeace, defensora do meio ambiente. (...)

O diretor do Greenpeace afirmou que há uma contradição entre o Plano Decenal e a posição do governo brasileiro ao apresentar, durante a Conferência das Partes sobre o Clima, na Polônia, um plano nacional de mudanças climáticas, no qual apostava na redução dos gases de efeito estufa.

“O governo tem vários representantes e não sabemos exatamente qual é a sua posição. Na prática, o que a gente vê é o Brasil sujando sua matriz energética, abraçando de novo energias sujas, antigas, e que são contrárias a qualquer esforço de uma redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirmou.

Para Leitão, as energias renováveis são viáveis do ponto de vista ambiental, econômico e social. “O que precisa é que o governo tenha um compromisso sério com a energia de matriz limpa”, diz. Para ele, faltam políticas industriais do governo brasileiro para incentivar energias renováveis.
De fato, o ideal seria investir em energias como a eólica. Sua possibilidade de ser explorada no Brasil é muito viável. Só na região Nordeste, se todo o potencial dos ventos fosse aproveitado para gerar eletricidade, seria possível atender mais da metade das necessidades nacionais. E as grandes potências começam a sinalizar que também devem investir mais neste tipo de energia:
O Global Wind Energy Council (GWEC) [Conselho Global da Energia Eólica, em tradução livre] destaca que Estados Unidos e China registraram os maiores crescimentos na produção de energia eólica, ao final de 2008, ano em que a capacidade mundial de geração de eletricidade dessa fonte subiu para 120,8 gigawatts - energia suficiente para fazer 500 milhões de televisores funcionarem ao mesmo tempo. (...)

Os EUA contam com 8,35 gigawatts do novo aumento, elevando sua capacidade em 50% e superando a Alemanha como o maior produtor de energia eólica, com um total de 25,1 gigawatts, contra 23,9 gigawatts. O país europeu consegue obter, porém, um percentual maior de sua energia de origem eólica. (...)

"A energia eólica é, com freqüência, a opção mais atraente para a geração de energia, tanto em termos econômicos, quanto no que se refere ao aumento da segurança energética, sem mencionar os benefícios para o desenvolvimento econômico e para o meio ambiente", disse o presidente do GWEC, Arthouros Zervos. (...)

A China duplicou sua capacidade instalada, somando pelo menos 6,3 gigawatts e alcançando 12,2 gigawatts ao todo. Nesse ritmo, o gigante asiático está no caminho para superar Alemanha e Espanha e se tornar o segundo país em termos de capacidade de produção eólica, em 2010, completou o GWEC.
Para saber mais:
Na foto, detalhe de turbina geradora de energia eólica (créditos: johnnyberg/stock.xchng)

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