quinta-feira, 16 de abril de 2009

Nível do mar pode ter subida catastrófica, mostra estudo com corais


As informações são do G1:

Se o passado é a chave para o presente, como dizem os geólogos, aí vai um conselho: não compre uma casa na praia. A julgar pelo que aconteceu há mais de 100 mil anos, o atual derretimento das geleiras do planeta pode muito bem desembocar num aumento catastrófico do nível do mar, de vários metros, até o final deste século.

Os dados são de um estudo feito no México com antigos recifes de coral. Existe muita discussão hoje sobre a verdadeira gravidade da elevação do nível dos mares no contexto do aquecimento global. Como grande parte da população do mundo está concentrada em áreas litorâneas, qualquer projeção de subida dos oceanos envolve muita dor de cabeça para a humanidade, mas muita gente não projetava mudanças muito significativas para as próximas décadas.

Nesse sentido, o trabalho coordenado por Paul Blanchon, da Universidade Nacional Autônoma do México, é um bocado importante, porque seus estudos envolvem corais que viveram há 120 mil anos, no último período interglacial (ou seja, entre eras glaciais). Essa época é um bom equivalente climático do nosso próprio tempo, o Holoceno, que também é considerado um período interglacial. As mudanças que aconteceram naquela época, ligadas ao aumento de temperatura do planeta, muito provavelmente espelham bem as que acontecerão daqui a algumas décadas num contexto semelhante.

E o que essas mudanças representam? Bem, Blanchon e companhia analisaram e dataram amostras de recifes da península mexicana do Yucatán e verificaram um processo de morte mais ou menos repentina dos corais, ocasionado, aparentemente, por uma subida rápida de 3 m no nível do mar. A elevação do oceano na área aumentou a força das ondas e os sedimentos na água, o que acabou matando a colônia de invertebrados.

Para os pesquisadores, a descoberta é tanto uma má notícia para o mundo de hoje, já que subidas repentinas do mar em condições climáticas como as nossas são possíveis, quanto para os corais de hoje. É bom lembrar que eles estão entre os elementos mais importantes dos ecossistemas marinhos, abrigando milhares de espécies de peixes e invertebrados.

Foto: G1/Reprodução

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