terça-feira, 30 de novembro de 2010

COP 16: clima quente, discussões mornas? [EXCLUSIVO]

Por Pedro Soares, direto de Cancun, México - contribuição especial


Um ano depois da tão comentada COP 15, começou nessa segunda-feira (29) em Cancun, no México, a nova Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), a COP 16. Pedro Soares, pesquisador do IDESAM (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas) e um dos 21 integrantes brasileiros do Programa Climate Generation, do British Council, está participando do encontro. Ele colabora com o Blog do Jogo Limpo contando suas impressões sobre o evento. Acompanhe!

A organização da COP 16 decidiu, neste ano, a realizar a COP em dois espaços distintos (ambos em Cancun).

No pavilhão conhecido como Moon Palace, estão ocorrendo as negociações oficiais. Todas as delegações dos países estão hospedadas neste espaço (um resort gigantesco) onde ocorreu também o coquetel de abertura do evento.

Existem, porém, outro pavilhão chamado de Cancun Messe, onde estão todas as ONGs, observadores, side-events e stands (inclusive o stand do British Council).

Ou seja, a sociedade civil está separada dos negociadores. Estratégia para diminuir a pressão sobre as delegações oficiais e as negociações.

Para se locomover de um pavilhão para outro o trânsito é horrível, tornando quase inviável esta logística.

Abertura do evento. (Foto: Divulgação/EcoDesenvolvimento/MSN Verde)

As expectativas quanto às negociações neste ano são baixas. Pouco se fala sobre o futuro do Protocolo de Quioto, metas de redução de emissões e demais negociações. Os países desenvolvidos não irão se comprometer com metas “Legally Bindings” (legalmente vinculante), jogando todas as expectativas para a COP 17 (África do Sul).

Neste vácuo gerado por negociações mornas, surge uma oportunidade para o REDD (Reduções de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) avançar em boa velocidade dentro da Convenção do Clima. O Brasil está bem colocado para negociar a redução do desmatamento e reduções de emissões (em 2009, durante a COP 15, o Brasil apresentou a sua meta de redução de emissões de 39% em relação a sua trajetória de desenvolvimento até 2020 – mais do que qualquer outro pais desenvolvido apresentou até agora).

O Brasil terá um papel importante neste COP, principalmente no que concerne ao avanço do REDD dentro da UNFCCC.

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