terça-feira, 10 de novembro de 2009

Copenhague: o Brasil vai dar o exemplo?


A vinte e seis dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Brasil ainda não definiu uma proposta clara para apresentar em Copenhague. O presidente Lula continua criticando a postura das nações mais ricas de pressionar o governo brasileiro, alegando que os "compromissos" precisam ser "proporcionais à responsabilidade de cada país". Segundo ele, só a postura de garantir a diminuição do desmatamento em 80% até 2020, assumida recentemente, já é “um megacompromisso”.

A falta de definição de metas para reduzir a emissão de gases pode fazer com que o país tenha menos chances de ser visto, no encontro, como um exemplo para o mundo - mesmo que a ministra Dilma tenha assegurado que o Brasil terá uma posição clara, mas, ao que tudo indica, baseada apenas em compromissos voluntários.

O que a imprensa está noticiando sobre o assunto?

Valor OnLine*: Acordo sobre clima depende do comparecimento em Copenhague, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que está otimista em relação à possibilidade de um bom acordo sobre o clima durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague (Dinamarca). Ele destacou, entretanto, que tudo vai depender da presença de líderes mundiais no encontro.

Em seu programa semanal Café com o Presidente, Lula voltou a acusar os países ricos de terem "maior responsabilidade" em assuntos climáticos, uma vez que vivenciam um processo de industrialização mais longo.

"Esses países emitiram muito mais gás de efeito estufa do que os países que estão se desenvolvendo no século 20 e no século 21. Portanto, é importante que os compromissos sejam de todos, mas que sejam proporcionais à responsabilidade de cada país", disse.

Agência Brasil**: Compromisso do Brasil de redução de emissão de gases estufa pode chegar a 40%, diz Dilma
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, afirmou na segunda-feira (9) que o Brasil poderá assumir um compromisso voluntário em Copenhague, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de redução de cerca de 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2020. (...)

Segundo a ministra, o compromisso voluntário de reduções ainda não foi fechado porque o governo “não pode achar”. “Nós somos o governo só vamos assumir o que é possível. Falta fazer avaliações consistentes porque temos que provar o que pode ser feito e ter políticas para fazê-lo. Não temos metas a cumprir, temos compromissos voluntários”, explicou a ministra. (...)

Para a ministra, o crescimento econômico não vai prejudicar os compromissos de redução de emissão de gases poluentes. “Estamos fazendo tudo para assegurar que uma coisa não comprometa a outra”, disse.

Estadão Online**: Lula: desmatamento 80% menor já é "megacompromisso"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que o Brasil não deve apresentar uma meta ambiciosa para diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que será realizada em Copenhague, no início de dezembro. "Eu já assumi no dia 23 de setembro na ONU um compromisso, que é um megacompromisso, de diminuir o desmatamento em 80% até 2020", afirmou Lula, para uma plateia de mais de 800 pessoas que assistia ao 12º Congresso do PCdoB, na capital paulista.

A adoção de uma meta para a redução de emissões é um assunto que divide o governo. Enquanto o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defende a meta dos 40%, outros, como a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, almejam um número que não prejudique o potencial de crescimento econômico do País. Segundo o governo, a diminuição do desmatamento em 80% até 2020 já diminuiria as emissões em pelo menos 20%.

* Via G1. ** Via AmbienteBrasil.

Foto: Dieter Spannknebel/Getty Images

4 comentário(s):

Unknown disse...

A conta para se chegar a porcentagem ideal de redução de desmatamento é complicada. Se por um lado chegamos ao desmatamento “0”, por outro corremos os riscos de comprometer profundamente a nossa economia e colocar em sérios apuros a sociedade atual, onde tudo tem como base a produção e circulação de bens e capitais. Encontrar o equilíbrio entre essas duas medidas requer bem mais que uma reunião de lideres de governos. Esse equilíbrio demanda uma reforma de hábito e costumes em escala global, uma releitura de tudo que entendemos hoje como sociedade. Mesmo sabendo que o ideal é chegar a “0” de desmatamento, concordo com o presidente Lula, por hora 80%, já ta de bom tamanho. De resto temos que batalhar para convencer os “ricos do mundo” a fazer a sua parte, pois são eles os maiores poluidores.
A propósito, blog bom é assim: bonito, e por uma causa nobre.
Até!

Érica Sena disse...

Oi,

Muito legal seu blog!!
Copiei seu post e postei em meu blog, com seu nome ( é claro). Td bem?
Vc tem banner? Podemos fazer parcerias.
Aguardo sua visita ao meu blog: http://pensareco.blogspot.com/
abs,
ÉRICA SENA/ Pensar Eco

Mimirabolante disse...

Será????Temos que esperar para ver!!!!bjcas..............

Felipe Saldanha disse...

Obrigado a todos pelos comentários e elogios!

José,
Realmente a questão é complexa. Vamos torcer e lutar para que os líderes políticos tomem as decisões mais sustentáveis: tanto do ponto de vista socioambiental quanto econômico.

Érica,
Pode ficar à vontade para reproduzir. Quanto mais gente ler, melhor para a causa ambiental!

Monique,
Tomara que sim, nós vamos ficar de olho! :)