Há duas semanas, o Blog do Jogo Limpo mostrou que o ceticismo em torno das mudanças climáticas está aumentando, apesar do consenso científico de que o homem contribuiu decisivamente para o aquecimento global. Uma reportagem publicada no New York Times mostra que, nos Estados Unidos, outro fator está aumentando ainda mais a polêmica em torno do assunto: a religião.
Críticos do evolucionismo, que defendem que a teoria de Charles Darwin deve ser ensinada apenas como um ponto de vista e não uma verdade absoluta, estão atacando também o aquecimento global. Segundo o texto, isso começou quando ir contra o ensino da teoria da evolução nas escolas públicas passou a ser considerado uma interferência da religião no Estado, o que viola a primeira emenda constitucional norte-americana. Mas, ao defender um “ensino ponderado” sobre outros temas polêmicos como a teoria do Big Bang ou as mudanças no clima, esses críticos podem argumentar que estão apenas buscando uma “liberdade acadêmica”.
Essa resistência encontra apoio entre políticos conservadores que não querem aprovar leis que controlem a emissão de gases causadores do efeito estufa. De modo geral, os cientistas dizem que não há dúvidas sobre a credibilidade nem do evolucionismo, nem do aquecimento, e se opõem às críticas. A reportagem mostra que, entretanto, nem todos os grupos cristãos têm postura resistente e que já existe um movimento nos EUA para o qual, se Deus criou a Terra, os humanos são obrigados a cuidar dela. Em parte, o assunto está sendo tão debatido pelo fato de que o ensino sobre as mudanças climáticas está sendo mais frequente nas salas de aula.
E aqui no Brasil?
Em entrevista ao G1, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, fez críticas ao ataque que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) está sofrendo depois do “climategate”:
O IPCC está com as verdades inconvenientes. Algumas dessas verdades são muito graves e têm um impacto enorme na sociedade atual e no futuro. É mais fácil desconstruir o IPCC do que enfrentar o fato de que é preciso mudar as práticas de uso de energia do mundo. É uma campanha orquestrada, do mesmo jeito que, nos anos 1960, os institutos de pesquisas associados aos grandes produtores de cigarro negavam insistentemente que havia risco à saúde ao fumar.+ sobre religião e ciência no Blog do Jogo Limpo:
No caso daqueles e-mails [que vazaram], não há nada de anormal, de excepcional. São comentários que os cientistas fazem, às vezes por gozação. Além disso, os dados de evidências de mudanças climáticas não são só trabalhados por aquele grupo britânico. A quantidade de dados consistentes sobre aquecimento global são muito grandes, de muitas fontes independentes, de observação de muitos fenômenos, desde gelo do ártico, temperaturas observadas no Havaí, aumento do nível do mar, diminuição das geleiras, temperaturas mais quentes no verão europeu, aumento das chuvas e tempestades no Brasil.
Para ajudar o planeta, biólogo pede "acordo de paz" entre ciência e religião
Ilustração: Roberto Rizzato/Flickr
3 comentário(s):
Gostei muito do post. Concordo que muitas vezes a religião dá algumas idéias digamos descabidas sobre a ciência. Penso que se somos inteligentes o suficiente para descobrir e inventar as coisas que fazemos, Deus deve ser infinitamente mais inteligente, por isso ele sabe o que altera o planeta que criou (e não deve gostar nem um pouco do que está acontecendo). Não adianta ter ilusões de milagres, temos livre-arbítrio e por isso o dever de arcar com nossas responsailidades, no caso cuidar do nosso planeta.
Interessante a postagem......estou acompanhando o trabalho.....beijocas
nunca vi tão tendencioso....
fraco.
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