segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um Woodstock verde(-amarelo)



Um movimento de conscientização em prol da sustentabilidade, que fala a língua dos jovens, prega a cultura do “faça a sua parte” e termina com um festival de música. Talvez lembre o Woodstock, mas com a ecologia no lugar do “paz e amor”, o Brasil no lugar dos Estados Unidos e o século XXI no lugar dos anos 60. Este é o SWU – Starts with you (Começa com você), criado pelo Grupo Totalcom, do publicitário Eduardo Fischer.

A iniciativa bate na tecla da mobilização individual e busca ir contra o discurso “ecochato”, como se pode ver no site oficial:
Um movimento para aproximar pessoas que têm ao menos uma preocupação em comum e sentimentos parecidos. Um movimento para juntar pessoas que querem começar a agir. E também para sensibilizar quem está ocupado demais com mil coisas e até agora não parou pra pensar nesse assunto. Um chamamento à ação. Mas sem apelar para o medo ou a culpa. Um movimento com o jeito brasileiro: irreverente, alegre, leve. Afinal, quem disse que só porque um assunto é sério ele que precisa ser chato? (negrito nosso)
A página do movimento mostra um painel de dicas, no qual os usuários podem postar suas próprias sugestões e indicar quais atitudes seguem. A aproximação com os jovens é reforçada pela presença das redes sociais – essa é uma aposta da campanha para divulgar o movimento. O festival que fecha as ações – batizado de SWU Music and Arts Festival – será realizado de 9 a 11 de outubro em uma fazenda no município Itu (SP). São esperadas 300 mil pessoas. Entre as atrações musicais, nomes reconhecidos, como o Linkin Park.

No festival, também será realizado o Fórum Sustentável, com convidados nacionais e internacionais, abordando questões como economia verde, inclusão social e a relação entre jovens e meio ambiente. Os organizadores prometem que os participantes poderão interagir por SMS e Twitter. Haverá ainda workshops e uma mostra de artes, com o artista plástico Eduardo Srur como curador. Em março de 2008, Srur instalou garrafas PET gigantes em uma intervenção às margens do Rio Tietê, em São Paulo (SP).


Várias ações são planejadas para amenizar o impacto ecológico do festival, abrangendo a construção da cenografia, a equipe (que receberá noções de educação ambiental), o transporte e a coleta do lixo – que será triado em uma central montada no local, para mostrar ao público como funciona o processo, e encaminhado para cooperativas de reciclagem.

Os ingressos começam a ser vendidos amanhã (13 de julho). Os preços variam entre R$ 240 e 640 por dia e podem ser adquiridos na internet ou em pontos de venda espalhados pelo país (inclusive em Uberlândia). A classificação etária é 18 anos – menores de idade não podem entrar nem acompanhados de responsáveis.

Visite o site do evento.

Opinião: a iniciativa se destaca pela organização, os parceiros de peso e o foco no público jovem. A crítica fica por conta de dois fatores. Primeiro: o preço do ingresso, elevado, e a restrição à entrada de menores de idade. Ambos os fatores podem limitar o alcance da ação. Segundo: uma fabricante de cerveja é patrocinadora do evento (embora o guia de informações do evento proíba a entrada de bebidas). Quando o assunto é sustentabilidade, algumas atividades não são compatíveis e podem contribuir para o greenwashing. Este seria um exemplo?

3 comentário(s):

Mimirabolante disse...

Muito legal!!!Parabéns pela postagem!!!!

Rodrigo X. disse...

pode ter certeza que um evento dessa magnitude vai gerar mais lixo em 1 dia do que o normal em 1 semana, pura hipocrisia pra ganhar mais dinheiro

Rodrigo disse...

Escreveu Tudo Rodrigo