segunda-feira, 26 de julho de 2010

"A Amazônia pode prosperar no século 21?"


Este é o título de um post no blog Dot Earth (Ponto Terra), mantido por Andrew C. Revkin, ex-repórter do The New York Times e, atualmente, pesquisador na Universidade Pace (Nova York). No texto, Revkin - que já escreveu livros sobre a Amazônia e o aquecimento global - comenta sobre a conversa que teve com ecologistas da ONG Conservation International sobre desenvolvimento humano na floresta tropical.

O ex-jornalista questiona se a expansão das rodovias, a exploração de petróleo e o aproveitamento de rios para produção de eletricidade podem ser realizados sem provocar desmatamento, comprometer o patrimônio biológico e resultar em perda de culturas e espécies. Em seguida, Revkin afirma que "Estou convencido que o sistema de rios e florestas é durável o bastante - para não dizer expansivo o bastante - para continuar, e até mesmo prosperar, à medida que o Brasil e seus vizinhos desenvolvam suas economias".

Ele defende seu ponto de vista apontando, por exemplo, o fato de Manaus ter se tornado um centro de produção de alta tecnologia, mas reconhece haver problemas a serem resolvidos que podem levar à aceleração da degradação. Revkin também fala sobre os pontos abordados pelos ecologistas com quem conversou - a ameaça causada pelo projeto da usina de Belo Monte, as novas técnicas de recuperação da floresta e a inclusão de projetos de preservação nos sistemas de crédito de carbono.

A afirmação de Andrew Revkin, sozinha, sem contexto, é polêmica, uma vez que ele não deixou claro de que forma o Brasil e seus vizinhos poderiam promover esse desenvolvimento econômico. Sua frase poderia justificar tanto um projeto predatório, que continuasse explorando os recursos da Amazônia sem se preocupar com sua recuperação, quanto um projeto sustentável, que trouxesse benefícios para as comunidades locais e permitisse o uso da floresta de forma equilibrada e racional.

Lou Gold, blogueiro e ambientalista norte-americano que vive no Acre, acredita que a visão de Revkin é muito otimista. Como argumento, ele aponta um estudo recente do Banco Mundial que afirma: "Desmatamento zero é uma necessidade emergencial, embora insuficiente para evitar uma catástrofe". O Blog do Jogo Limpo já havia mostrado em abril que, apesar de a situação na Amazônia estar melhorando gradativamente, o problema do desmatamento ainda está muito longe de ser resolvido.

E você? O que acha da afirmação do ex-repórter do Times?

Imagem: Key Wilde/The Image Bank

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