Barack Obama assumiu, enfim, a presidência dos Estados Unidos. Foi recebido com entusiasmo e esperança por grande parte dos norte-americanos e da comunidade internacional. O mundo está de olho para saber se o novo líder dos EUA conseguirá, entre tantas missões, recuperar a economia do país e alinhar suas políticas ambientais com as reais necessidades do planeta.
Desde a sua campanha, Obama já criticava a posição de George W. Bush em relação às mudanças climáticas. De fato, o ex-presidente já havia rejeitado o Protocolo de Kyoto em 2001 e não aceitava reduzir as emissões de poluentes, alegando que a economia seria prejudicada. A linha do sucessor é bem diferente: ele já prometeu publicamente apoiar o desenvolvimento de energias limpas e as negociações para combater o aquecimento global. Segundo analistas, assim que os planos de recuperação econômica forem colocados em prática, será possível saber quais são as primeiras ações concretas a favor do clima.
Em seu discurso de posse, Obama deu uma confirmação – ainda que tímida – de que o compromisso assumido deve ser cumprido: “Com velhos amigos e ex-inimigos, trabalharemos incansavelmente para (...) afastar a ameaça de um planeta cada vez mais quente”. O novo presidente defende a redução das emissões de carbono em até 80% até 2050.
A sua equipe também já está sintonizada com o novo direcionamento. Hillary Clinton, a nova secretária de Estado, disse que os Estados Unidos deverão “exercer sua liderança no desenvolvimento e aplicação de uma resposta mundial e coordenada à mudança climática”. Já o senador John Kerry, novo presidente da comissão para Assuntos Externos do Senado, reforçou a fala de Hillary, destacando que a ONU aguarda um compromisso maior por parte dos americanos no tema e que “a lição de Kyoto deve ser clara, ou seja, todos os países devem ser parte da solução”.
Embora a troca de presidentes na Casa Branca não seja uma “solução milagrosa” para a luta ambiental e provavelmente leve algum tempo para demonstrar bons resultados neste aspecto, a frase que Barack Obama tanto usou durante a sua campanha, e que já se tornou hit para os estadunidenses, é válida para qualquer um que acredite na possibilidade de que mudar é possível, e que todos precisam colaborar para isso: “Yes, we can”.
Felipe Saldanha
UPDATE: em um artigo para o programa Repórter ECO, da TV Cultura, o jornalista Washington Novaes sinaliza que a tendência é, sim, de que os Estados Unidos mudem sua postura em relação ao clima, mas acredita que tudo depende da "evolução da crise atual na área financeira". O que vai mesmo acontecer, só o tempo dirá.
UPDATE 2: Dr. Rajendra Pachauri, do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da ONU), alega que as propostas de Obama são insuficientes e menos ousadas do que as europeias. Leia notícia em inglês.
UPDATE 3: veja também - Schwarzenegger pressiona Obama a mudar lei de emissão de gases veiculares.
Com informações do Yahoo! via AmbienteBrasil.
Foto: Emmanuel Dunand/AFP/Getty Images via BusinessWeek
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