sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Onde você joga fora seus remédios?


Medicamentos que compramos nas farmácias e despejamos pelo ralo da pia ou jogamos no vaso sanitário podem comprometer a qualidade da água que bebemos. Algumas substâncias não são eliminadas pelo processo de tratamento do esgoto e há o risco de que causem até câncer no ser humano. Mesmo o descarte pelo lixo tem suas complicações.

Quem dá o alerta é o Jornal do Brasil, em reportagem publicada na segunda (15). No entanto, a matéria também traz esclarecimentos sobre a questão e dicas para se tomar uma atitude mais correta: comprar menos remédios e, se possível, procurar o farmacêutico para a destinação adequada destes produtos após o vencimento. Leia alguns trechos:

Esse problema é um consenso entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Conselho Federal de Farmácias (CFF).

Porém, até o momento não existe uma legislação que regulamente o descarte de resíduos doméstico, e a privada continua sendo a lixeira dos produtos.

– A Anvisa instrui as pessoas a descartarem o material em vasos sanitários, mas não concordo. As substâncias dos remédios vão parar nas águas dos rios que acabam sendo mananciais de água potável. Como nosso sistema de saneamento não é 100% eficiente, esses medicamentos acabam sendo distribuídos nas águas e as pessoas ficam, cronicamente, expostas a substâncias como, por exemplo, antibióticos e hormônios – afirma Wilson Jardim, professor do Instituto de Química da Unicamp.

Calcula-se que 20% dos medicamentos adquiridos são descartados de alguma forma no meio doméstico, informa Antonio Barbosa, coordenador nacional do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum).

– O descarte de medicamentos é uma das maiores causas de envenenamento e intoxicação em comparação ao contato com produtos químicos – alertou Barbosa.

O Conama também não dispõe de norma que regulamente o lixo doméstico.

Para o assessor técnico do CFF, José Luis Maldonado, os restos de remédios não devem ser jogados em casa, “o ideal seria devolver à farmácia” pois, segundo ele, o farmacêutico é responsável pelo plano de gerenciamento de resíduos.
Foto: Gastonmag/stock.xchng

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Nas academias, reciclagem é a nova moda


Reportagem do G1 mostra que confecções estão investindo em produtos mais sustentáveis para a prática de exercícios, mas que os consumidores não abrem mão da beleza, do conforto e do preço. Leia alguns trechos:

Uma nova tecnologia começa aos poucos a atrair a atenção dos freqüentadores de academias em São Paulo: as roupas de ginástica feitas com materiais ecológicos e recicláveis, como garrafas pet. A inovação chegou ao mercado brasileiro no segundo semestre.

A camiseta feita de garrafa pet ainda não é 100% de material reciclável, mas já antecipa a tendência. A peça é feita com 70% de poliamida, tecido utilizado para a prática de atividades esportivas, e 30% de poliéster produzido com o plástico das garrafas – que é derretido e misturado a resíduos de poliéster que seriam descartados.

Outra matéria prima ecológica utilizada nas peças é o bambu. O tecido, além de colaborar para a manutenção do meio ambiente – o bambu tem plantio mais fácil que o algodão, e não necessita de agrotóxicos – mantém um agente natural que evita a propagação do odor de suor.

Por enquanto, as peças ainda são mais caras, o que pode afastar um pouco os consumidores. Por isso, os fabricantes investem em peças mais básicas, como as camisetas.

“Já ouvi falar sobre essas peças com material reciclado. Fiquei surpresa, mas ainda não toquei para saber como é. É importante ser confortável, bonito e de qualidade", opina a dona-de-casa Edna Rodrigues, de 45 anos, aluna da Bio Ritmo.
Foto: G1/Divulgação

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ONU defende que a crise climática é mais séria que a econômica


Da Abril (adaptado):

O mundo deve evitar um retrocesso na luta contra o aquecimento global, e precisaria criar um "New Deal Verde" para atacar ao mesmo tempo a crise climática e a crise ambiental, disse na quinta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon.

"Devemos nos recomprometer com a urgência da nossa causa", disse Ban a cerca de 100 ministros de Meio Ambiente reunidos entre os dias 10 e 12 na Polônia, onde discutem detalhes de um novo tratado climático global, processo ofuscado nos últimos meses pelo temor de uma recessão global.

"Não pode haver retrocesso em nossos compromissos com um futuro de baixas emissões de carbono," disse Ban. "Sim, a crise econômica é séria. Mas, quando se trata de mudança climática, há muito mais em jogo. A crise climática afeta nossa potencial prosperidade e a vida das pessoas, tanto agora quanto no futuro distante."

"Enfrentamos duas crises juntas: mudança climática e a economia global. Mas essas crises nos apresentam uma grande oportunidade, uma oportunidade de tratar de ambos os desafios simultaneamente", afirmou.

O evento da ONU na Polônia é parte de um processo iniciado em 2008 em Bali, que visa a concluir até dezembro do ano que vem, numa cúpula na Dinamarca, um tratado climático que irá substituir o Protocolo de Kyoto a partir de 2013.
Foto: spekulator/stock.xchng

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Crise dificulta acordos climáticos para 2009


Da Reuters via Yahoo! Notícias:

A recessão e a mudança de governo nos Estados Unidos tornam improvável que o mundo cumpra em 2009 a meta de assinar um acordo completamente novo para combater o aquecimento global, disseram delegados em um encontro climático da Organização das Nações Unidas (ONU).

Há um ano, 190 países decidiram trabalhar pela aprovação de um acordo climático abrangente no final de 2009, em um encontro em Copenhague. Mas negociadores e analistas que compareceram à uma reunião prévia em Poznan, Polônia, entre 1o e 12 de dezembro, dizem que o objetivo parece difícil de ser alcançado.

O mais longe que pode ser alcançado no ano que vem, para muitos, são os princípios para um pacto, ainda que alguns digam que isso seja muito pessimista. (...)

O prazo de 2009 foi estabelecido para assegurar que as novas metas de redução de emissão de gases possam ser ratificadas em todo o mundo antes da expiração das metas do Protocolo de Kyoto, em 2012.
Saiba mais: Como a crise econômica afeta o meio ambiente - Seleção especial de notícias

domingo, 7 de dezembro de 2008

Petrobras pede desligamento do Instituto Ethos


Na última terça-feira (2), a Petrobras pediu o seu desligamento do Instituto Ethos (organização criada para ajudar empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável), alegando ser "alvo de uma campanha articulada com o objetivo de atingir a imagem da Companhia e questionar a seriedade e eficiência de sua administração" e entendendo "que o grupo de pessoas e entidades responsável por essa campanha contra a Companhia encontra respaldo no Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social".

A Petrobras já havia sido proibida pelo Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) de fazer campanhas que valorizassem suas ações de responsabilidade ambiental e excluída da carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da BM&F Bovespa.

O episódio aconteceu após a estatal não ter cumprido a resolução 315/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que determina a redução de emissões poluentes a partir de janeiro do próximo ano. A companhia deveria reduzir o teor de enxofre no diesel vendido no país, oferecendo o tipo 50 (de 50 ppm, particulas por milhão). Atualmente, existem no mercado o diesel 500 e o diesel 2000.

Entretanto, a Petrobras garante que tal resolução "não trata sobre composição de combustíveis, muito menos sobre teores de enxofre no diesel, e sim sobre nível de emissões que os veículos, produzidos no Brasil ou importados, deverão apresentar a partir de janeiro de 2009".

O presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, lamenta a decisão. "Ao se desligar do Instituto Ethos, a Petrobras rompe com o compromisso de ser uma empresa socialmente responsável. Parece que é uma tentativa de confundir o mercado. Quer desviar a questão principal e se colocar como vítima, mas a empresa precisa prestar contas."

(Com informações de: O Globo, Portal EXAME, Mercado Ético e Petrobras. Imagem: Greenpeace)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Carona solidária


No exterior, já é comum dividir o carro com companheiros de percurso. Há, inclusive, faixas exclusivas para automóveis com passageiros. Mas no Brasil, talvez por uma questão cultural, envolvendo privacidade ou medo de assalto, a carona ainda não foi disseminada. Segundo o Yahoo! Autos,

No Brasil, o incentivo dos órgãos públicos ainda se limita a disponibilizar sites que possibilitem o encontro de quem quer dar ou receber carona. Mas se depender da disposição da maioria dos brasileiros para abrir as portas do carro a estranhos, a iniciativa vai demorar um pouco para engrenar.

Atualmente, 64% dos automóveis da cidade de São Paulo andam apenas com seus motoristas, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego.

Redução das emissões de CO2, menos trânsito, menos doenças pulmonares, mais economia e possibilidade de fazer amigos. Se há tantas boas razões para dar carona, por que a prática ainda engatinha no Brasil?
No mesmo site existem alguns links muito úteis para quem quer aderir a projetos de carona solidária. Em outubro, o AmbienteBrasil também publicou uma reportagem sobre uma iniciativa paulistana que faz a ponte entre quem dá e quem pega carona, o e-Carona:

O engarrafamento do trânsito nas grandes cidades afeta não só a qualidade de vida de sua população, que perde um tempo precioso em seus deslocamentos, mas tem impacto direto sobre a qualidade do ar e, conseqüentemente, sobre a saúde. (...)

Para tentar reverter esse quadro, um portal de internet se propõe a ser o elo entre as pessoas dispostas a pegar ou a dar caronas – ou ambos. É o jeito inteligente de retirar carros das ruas, simplesmente fazendo com que eles sirvam a mais pessoas, ao invés de apenas ao (à) motorista, como é o habitual.

A proposta recebeu o nome de e-Carona e partiu do publicitário José Aparecido de Paulo, num dia em que ele, voltando de uma reunião na região de Pinheiros, demorou duas horas para chegar a seu destino, a avenida Paulista.

"Durante o percurso comecei a analisar os carros que, na sua grande maioria, estavam com apenas uma pessoa. Nesse momento, pensei que algo deveria ser feito para melhorar isso”, contou Cido – como é chamado – a AmbienteBrasil.

Confira outras dicas para se tornar um motorista mais sustentável lendo essas reportagens sobre o assunto:

Carros menos poluentes
Dia Mundial sem Carro

Leis de emissões serão mais severas
Pedalar para ajudar o planeta



PS: No ano passado, o Blog do Jogo Limpo reproduziu uma reportagem noticiando a viagem de Louis Palmer ao redor do mundo com seu "táxi solar", abastecido exclusivamente com energia solar e capaz de atingir a velocidade de 90 km/h. Na última sexta-feira (21), o G1 mostrou o fim da viagem: o aventureiro chegou a Hamburgo (Alemanha), atingindo o seu objetivo.

Foto: Divulgação (via Yahoo! Autos)