terça-feira, 1 de julho de 2008

O Mercosul e os biocombustíveis


Em plena crise alimentícia mundial e em meio ao aumento desenfreado dos preços do petróleo, os países do Mercosul enfrentam o desafio de aproveitar seu potencial para produzir energias alternativas como os biocombustíveis. O Brasil lidera a produção e é o único país do mundo a fazer uso generalizado de combustíveis de origem vegetal em sua frota automobilística.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma campanha diplomática e comercial para transformar o etanol da cana-de-açúcar no combustível do futuro, ao tempo que rechaçou com dureza as acusações de que a produção em massa de biocombustíveis agrava a crise mundial de alimentos.

Para Lula, as críticas ao etanol fazem parte de uma guerra comercial de empresas petrolíferas que podem ter seus interesses afetados, e enfatizou que "o Brasil está disposto a vencer".

Enquanto isso, a Argentina também aumenta a produção de biodiesel para consolidar uma participação que, segundo analistas, poderia chegar a 6% do mercado mundial em pouco tempo. Apenas nos quatro primeiros meses do ano, a Argentina exportou 176 mil toneladas de biodiesel, mais do que durante todo o ano de 2007.

No entanto, nem todos os países do Mercosul têm a mesma opinião sobre os biocombustíveis.

A Venezuela, assentada em um mar de petróleo, rejeita a produção de biocombustíveis, pois segundo o presidente do país, Hugo Chávez, equivaleria a "alimentar automóveis e não a humanidade", mas apóia a iniciativa brasileira de utilizar o etanol como aditivo à gasolina e não como substitutivo.

Para aqueles que, como Chávez, estão reticentes, a resposta de Lula é clara: "nenhum ser humano, nenhum Governo deixará de plantar alimentos que enchem seu estômago para poder encher o tanque de um carro. Seria até insano um comportamento desses", disse recentemente.

Fonte: Agência Efe / Yahoo! Notícias.

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