Para contribuir com a blogagem coletiva do Faça a sua parte, selecionamos uma notícia a respeito da recente divulgação de dados sobre o desmatamento na Floresta Amazônica. A reportagem mostra que, apesar dos números desanimadores e da necessidade de se realizar um longo e árduo trabalho de mobilização e conscientização, sempre há esperança quando os setores público, privado e cidadão cumprem o seu papel.
Fechar o ano com redução no desmatamento da Floresta Amazônica é tarefa quase impossível, afirma o coordenador da campanha Amazônia, da ONG Greenpeace, Paulo Adario. "Não temos mais como reverter o processo", afirmou, em entrevista à Agência Estado. "Se o desmatamento parasse agora talvez ainda houvesse chance de o índice cair no ano, mas nada indica essa reversão."
Dados de maio do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que 1.096 km² de floresta sofreram corte raso (derrubada) ou degradação (queimadas, por exemplo) no mês, uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. O dado representa uma diminuição de 2,4% (ou 27 km²) em relação a abril (1.123 km²). Em maio do ano passado, foram derrubados ou devastados 1.222 km² de Amazônia. No mesmo período de 2006, 5.017 km².
Adario atribui o aumento do desmatamento à alta global nos preços das commodities - produtos primários padronizados e negociados internacionalmente. Quanto mais valorizados ficam produtos como soja e carne (que são commodities), mais se expande a área de produção rumo à floresta, acredita o especialista. Para ele, o governo não deu a devida atenção aos alertas dos últimos dados do Deter. "Não é surpresa que o desmatamento volte a crescer. O governo não criou proteção suficiente para a floresta e a fronteira agrícola brasileira se expande cada vez mais rumo à Amazônia."
O pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA), Arnaldo Carneiro Filho, também relaciona o aumento do desmatamento com a alta nos preços das commodities, porém acredita que o próprio mercado pode colaborar para reverter a devastação. "Existe uma pressão crescente do mercado e da sociedade civil por produtos de origem correta, sem exploração da floresta." Ele cita um acordo firmado entre o governo e produtores de soja para que não exportem produtos produzidos com devastação da mata. O Ministério do Meio Ambiente pretende estender o acordo às cadeias produtivas de carne e madeira. "Essa é uma das boas medidas para consertar a situação."
Carneiro Filho acredita que o controle das cadeias pode ajudar a reverter o desmatamento pois 75% das áreas desmatadas são de pecuaristas. "Se o governo conseguir otimizar o uso dessas terras, vai diminuir a pressão sobre as florestas primárias da Amazônia." Para ele, "ainda é cedo" para dizer se os dados do Deter indicam melhora ou piora no quadro de desmatamento. "Estamos em uma rota ligeiramente descendente", diz, sem arriscar um palpite de como ficará o índice ao final do ano. "Mas uma coisa é certa, esse (dado de maio) não é um número para se orgulhar."
Fonte: Carolina Freitas/Estadão Online via AmbienteBrasil
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Grandes desafios no Dia de Proteção às Florestas
Postado por
Felipe Saldanha
- às
15:44
|
Link permanente
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentário(s):
Tb fiz meu post! adorei a iniciativa do blog "Faça a sua parte"!
Postar um comentário