terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Rã descoberta em Uberlândia ganha nome de dupla caipira

"Que trem doido, sô!". O comentário não poderia ser mais legitimamente caipira, mas o espanto do cantor sertanejo Pena Branca é justificado. A frase foi sua primeira reação ao saber que uma nova espécie de anfíbio, uma pequena rã descoberta em Uberlândia, terra natal do músico, tinha ganhado um nome científico em sua homenagem. A Ischnocnema penaxavantinho, com apenas 2 cm de comprimento, foi descrita por uma equipe de cientistas coordenada por um fã de Pena Branca e de seu parceiro e irmão Xavantinho, que morreu em 1999.

"Eu estava devendo isso para eles faz tempo", conta Ariovaldo Antonio Giaretta, biólogo da Universidade Federal de Uberlândia (MG). "Uns dez anos atrás, quando eu morava em Campinas (interior paulista), fui a um show deles e cantei a noite inteira. Mais tarde, consegui ir até o camarim para que eles autografassem um CD que eu tinha e prometi que ia batizar uma perereca que eu estava descrevendo na época com o nome da dupla", explica Giaretta.

Gogó invejável - Paixão de fã à parte, Giaretta e seus colegas Luciano Oliveira, também de Uberlândia, e Daniel Toffoli, da Universidade Federal do Amazonas, tinham outro motivo para dar nome de cantor à rã. Eles gravaram o canto do animal (um procedimento comum para estudar diferenças entre anfíbios, já que o canto tende a ser único a cada espécie) e viram que ele é muito mais intenso e musicalmente variado que o de seus parentes.

O animal também destoa da maioria de seus primos próximos porque vive em áreas abertas, de cerrado ou de pasto degradado, enquanto seus parentes preferem florestas tropicais úmidas. "Ele parece agüentar um grau razoável de perturbação ambiental, não creio que esteja ameaçado", diz Giaretta.

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Fonte: Globo Online / AmbienteBrasil

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