quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O semifracasso da reunião em Bali

No final, teve de tudo em Bali. A volta não prevista do secretário geral da ONU Ban Ki-moon; o choro do seu representante, Ivo de Boer; a vaia do resto do mundo para a diplomata do Departamento de Estado americano, Paula Dobriansky, a sua obstrução, depois recuo; a Índia cantando de galo na última hora e, afinal, como não poderia deixar de ser, o consenso morno em torno do mais vago denominador comum.


Se a Conferência de Bali for julgada pelo seu aspecto diplomático, pode-se dizer que alcançou os objetivos para os quais fora convocada: estabeleceu o "mapa de estrada". Agora há formalmente um processo em curso para o pós-Kyoto, que antes não existia. Ele contempla inequivocamente a questão de redução de emissões de CO2 por todos, da transferência de tecnologia e das florestas como um componente fundamental. Isso comparado com a situação anterior representa um avanço.

Mas num ano de dramáticas revelações dos cientistas do painel intergovernamental para as mudanças climáticas, o IPCC, da atribuição do Prêmio Nobel a eles e ao ex-vice presidente americano, Al Gore, e de uma mobilização sem precedentes da opinião pública global havia claramente um aspecto político envolvido em Bali. Havia a expectativa de se avançar em comprometimentos mais específicos. Nesse sentido Bali fracassou.

Omissão sobre metas
Na declaração final não houve sequer aquela menção explícita à necessidade de cortar as emissões de CO2 em 50% até 2050, que a delegação brasileira pensava ser possível arrancar dos americanos, depois que eles haviam recusado a formula de 20% a 40% até 2020. Acabou não constando do documento nenhuma meta, mas uma alusão ao estudo do IPCC que define ambas como fundamentais. Se estivessem explicitamente mencionadas ainda seriam objeto de negociações, até 2009, mas o contexto político já seria outro.

Leia a matéria completa (Fonte: Gazeta Mercantil/Jornal do Brasil)http://www.gazeta.com.br/integraNoticia.aspx?Param=40%2C0%2C1238148%2CUIOU

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